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Após 10 anos no corredor da morte, promotoria retira acusações de condenado

Alfred Dewayne Brown - Reprodução
Alfred Dewayne Brown Imagem: Reprodução

Em Austin

08/06/2015 20h19

Alfred Dewayne Brown, um homem condenado a morte em 2005 pelo assassinato de duas pessoas no Texas, nos Estados Unidos, ganhará a liberdade nas próximas horas depois de os promotores do caso retirarem nesta segunda-feira (8) todas as acusações contra ele e se negarem a repetir o julgamento.

Em 3 de abril de 2003, um agente da polícia de Houston, Charles Clark, e uma funcionária de uma loja, Alfredia Jones, foram assassinados durante um roubo pelo qual Brown foi condenado de ter participado junto com outros dois cúmplices, Dashan Glaspie e Elijah Joubert.

Brown, um afro-americano que tem hoje 33 anos, sempre argumentou que no momento dos crimes estava com sua namorada, um álibi que ela sustentou no princípio, mas depois negou ao ser intimidada pelo júri.

Em outubro de 2005, Brown foi condenado à morte pelos assassinatos, a mesma pena de Joubert, enquanto Glaspie foi condenado a 30 anos de prisão por roubo agravado.

O caso teve uma reviravolta em novembro de 2014, quando o Tribunal de Apelações Criminais do Texas aceitou um pedido de seus advogados para revogar a condenação e repetir o julgamento.

A defesa alegou que os promotores esconderam uma prova que confirmava a inocência de Brown, um registro telefônico que o colocava na casa de sua namorada no momento dos crimes.

Hoje, a promotora do condado de Harris, Devon Anderson, anunciou que retiraria as acusações contra Brown e renunciaria a repetir o julgamento.

"Por enquanto não temos suficientes provas para continuar com o processo", disse Anderson.

Por sua vez, o chefe da polícia de Houston, Charles McClelland, se mostrou decepcionado com a decisão, e afirmou que colocará todos os recursos ao seu alcance para encontrar provas que reabram o caso.

Brown se transformou assim no preso número 154 --o quarto em 2015-- a ser exonerado das acusações após passar pelo corredor da morte, segundo dados do Observatório Death Penalty Information Center (DPIC).