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Otan reforça apoio à Ucrânia e prepara planos por ameaça do EI

25/06/2015 12h21

Bruxelas, 25 jun (EFE).- Os ministros da Defesa da Otan decidiram nesta quinta-feira elevar o apoio à Ucrânia com a criação de um novo fundo fiduciário para melhorar a segurança do país, enquanto a Aliança prepara planos específicos perante a ameaça do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) ao sul de suas fronteiras.

Os ministros aliados encerraram uma reunião de dois dias com debates sobre o apoio à Ucrânia e Afeganistão, na qual aprovaram no primeiro encontro medidas para ampliar sua Força de Resposta até 30 mil ou 40 mil soldados, desde os 13 mil atuais.

Hoje, os ministros participaram de uma reunião da Comissão OTAN-Ucrânia, na qual decidiram criar um novo fundo fiduciário, centrado na luta contra os artefatos explosivos, que se soma aos outros cinco pontos já em andamento para fortalecer as instituições de defesa deste país e respaldar suas reformas contra a corrupção.

O titular da Defesa ucraniano, Stepan Poltorak, descartou que seu país vá receber ajuda "letal" por parte de membros da Otan.

Por isso que respeita o anúncio feito pelo chefe do Pentágono, Ashton Carter, que detalhou aos aliados que Washington desdobrará material militar de apoio do leste da Europa para reforçar a segurança da Aliança.

Em entrevista coletiva, Carter disse que esse material será dividido em dez categorias: transporte estratégico, vigilância, inteligência aérea e reconhecimento, apoio ao combate, reabastecimento aéreo, expedição aérea e espacial, ativos de apoio navais, fogo conjunto de precisão, helicópteros de combate, um posto de comando desdobrável e capacidades aéreas e marítimas de operações especiais.

O secretário de Defesa dos EUA disse que esses materiais ajudarão em tarefas de formação e em exercícios e que "farão com que nossas forças sejam mais móveis e capazes de responder".

Carter lembrou, além disso, que nos países bálticos - Polônia, Romênia e Bulgária- , os EUA situarão temporariamente tanques, veículos de combate de infantaria, artilharia e equipes associados.

Os ministros também realizaram um encontro com os países-membros que participam da nova missão no Afeganistão, que contou com a participação do titular da Defesa do país, Masoum Stanekzai.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que os aliados começaram a "planejar a próxima etapa" da missão de formação e assessoria das forças de segurança afegãs "Apoio Decidido", que desde janeiro substituiu à missão aliada de combate no Afeganistão, a Isaf.

A ideia é ir retirando soldados dessa missão no final de ano com a perspectiva de manter soldados para assessorar e reforçar as instituições de defesa e segurança do país, como decidiram os ministros das Relações Exteriores da Otan em maio em sua reunião em Antalya (Turquia).

Os ministros da Defesa também acordaram começar o planejamento dessa presença liderada por civis.

Carter, por sua vez, confirmou que os EUA têm a intenção de se somar a essa presença contínua no Afeganistão e apoiá-la desde um ponto de vista financeiro.

O ministro da Defesa da Espanha, Pedro Morenés, informou ao término da reunião sobre os planos do secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, de apresentar na próxima ministerial de Defesa de outubro "planos operacionais para o sul".

Morenés insistiu que a Espanha já solicitou estes planos específicos na cúpula de chefes de Estado e do governo da Otan em setembro no País de Gales (Reino Unido) e lembrou que voltou a ressaltar sua importância nos encontros de Defesa.

"É necessário para a Otan olhar para o leste, sem dúvida, já que estamos muito preocupados pela situação da Rússia e as possíveis implicações na segurança dos países da Aliança", mas também é preciso "olhar para o sul, porque os aliados dali têm a mesma preocupação".