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União Europeia amplia em uma semana o congelamento das sanções contra o Irã

30/06/2015 12h47

Bruxelas, 30 jun (EFE).- A União Europeia (UE) decidiu ampliar em uma semana o congelamento das sanções contra o Irã para dar mais tempo às negociações sobre o programa nuclear do país, informou nesta terça-feira o Conselho Europeu.

Essas sanções tinham sido congeladas em janeiro de 2014, como sinal de boa vontade para facilitar o diálogo. Com a ampliação, a medida se estende até o dia 7 de julho.

O Irã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, França, China, Reino Unido, Rússia, mais Alemanha) negociam há 20 meses um acordo para estabelecer limites ao programa nuclear da República Islâmica em troca do fim das sanções econômicas.

O objetivo é garantir que o Irã não seja capaz de produzir uma bomba nuclear, permitindo, ao mesmo tempo, o desenvolvimento de um programa atônico para uso civil.

A negociação chega hoje a sua data limite, com reflexos que devem se prolongar nos próximos dias. Ministros dos países envolvidos no diálogo estão em Viena para fechar a versão final do acordo.

O Irã sempre negou a tentativa de estabelecer um arsenal nuclear, mas até agora não permitiu que especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tenham acesso às instalações militares nas quais se suspeita ter havido pesquisas atômicas.

Como esclarecer essas atividades e entrar nos centros militares é um dos aspectos mais espinhosos nas conversas.

No dia 2 de abril, o Irã e o Grupo 5+1 fecharam em Lausanne, na Suíça, um princípio de acordo para que Teerã renuncie qualquer plano para desenvolver armas atômicas. Em troca, a UE e os Estados Unidos retirarão todas as sanções impostas ao país.

Essas sanções impedem que os iranianos utilizem o sistema internacional de transferências bancárias, o que na prática restringe quase todo seu comércio exterior, assim como vender seu petróleo no mercado global.

Nos últimos dias, comentários sobre uma aproximação nos dois principais temas que seguem impedindo um acordo foram divulgados na imprensa internacional.

Por um lado, o Irã estaria disposto a ceder e aceitar que as sanções que prejudicam sua economia sejam retiradas progressivamente, conforme a comunidade internacional verifique que o país está completando o acordo.

Por outro, os EUA aceitaram que o regime de inspeções às instalações nucleares iranianas não inclua automaticamente as bases militares, ponto defendido pelo Grupo 5+1, mas negado por Teerã, que alega questões de segurança nacional.