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Policiais indianos queimam viva mulher por não pagar suborno

07/07/2015 07h37

Nova Délhi, 7 jul (EFE).- Uma mulher acusou, pouco antes de morrer, a polícia de jogar gasolina e atear-lhe fogo porque se recusou a pagar um suborno em uma delegacia do norte da Índia, e os agentes alegaram que ela incendiou a sim mesma.

A vítima, Dwivedi, disse ontem, segunda-feira, que foi a uma delegacia no distrito de Barabanki, no estado de Uttar Pradesh, para pedir à polícia que liberasse seu marido, e os agentes pediram para isso um pagamento de 100 mil rúpias (R$ 5 mil).

"Todos (os agentes) estavam juntos. Atearam fogo em mim após jogarem gasolina", disse Dwivedi, totalmente coberta de creme por causa das graves queimaduras no hospital em que morreu pouco depois, divulgou a imprensa local nesta terça-feira.

O filho de Dwivedi, um jornalista local, alegou que os policiais "a jogaram no chão, a insultaram e depois atearam fogo", só por não pagar o suborno para liberar seu pai, que tinha sido detido acusado de envolvimento em um tiroteio.

Já o superintendente da polícia local, Abdul Hamid, disse ao jornal indiano "Hindustan Times" que "dois policiais foram suspensos" acusados de terem envolvimento com o caso e acrescentou que foi registrada uma denúncia contra eles, mas não detalhou por quais as acusações.

Outro agente, que não foi identificado, garantiu ao canal local "NDTV" que "a mulher ateou fogo em si mesma em frente à delegacia" e que os dois policiais envolvidos foram suspensos "por não conduzirem bem a situação".

Mês passado, também em Uttar Pradesh, um ministro regional e cinco policiais foram acusados de queimar vivo um jornalista que tinha acusado o político de corrupção. Os agentes envolvidos alegaram que o repórter tinha se imolado.

Segundo dados oficiais revelados em 2012 na Índia, dos 61.765 agentes denunciados em 2011 por cometer todo tipo de "excessos", só 913 foram processados e 47 condenados.