Topo

Netanyahu conversa com Abbas e pede que lutem juntos contra o terrorismo

Em Jerusalém (Israel)

31/07/2015 11h46

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou nesta sexta-feira (31) o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em um ato pouco habitual, para prestar suas condolências pelo assassinato de um bebê em um incêndio causado supostamente por colonos extremistas judeus.

Netanyahu disse a Abbas que "todo mundo em Israel está comovido com este repreensível ataque terrorista contra a família Dawashna" e pediu "que lutem juntos contra o terrorismo", informou o escritório do primeiro-ministro em comunicado à imprensa.

"Devemos lutar juntos contra o terrorismo", pediu Netanyahu, que informou também que ordenou às Forças de Segurança israelenses para "usar todos os meios para localizar os assassinos".

O primeiro-ministro israelense havia falado com Abbas há duas semanas para felicitá-lo pela festividade muçulmana de Eid Il Fitr, mas antes disso ambos não mantinham contato direto desde que foram rompidas as negociações de paz entre palestinos e israelenses há cerca de um ano.

Horas antes da chamada do chefe do governo de Israel, Abbas denunciou a impunidade dos crimes israelenses contra seu povo e garantiu que o assassinato de hoje será levado, junto com outros ataques, perante a Justiça internacional.

"Todos os dias despertamos para ouvir sobre um novo crime israelense. Este é um crime de guerra e um crime contra a humanidade ao mesmo tempo, e não vamos manter silêncio enquanto existam os assentamentos e a ocupação", declarou a jornalistas em Ramala. "Falando com franqueza, este crime foi cometido pelo governo israelense, porque impulsiona a colonização e a expande em todas as partes na Cisjordânia e Jerusalém. Isto claramente encoraja esses colonos criminosos a fazer o que estão fazendo", acusou Abbas.

Após a divulgação do ataque, Netanyahu e outros membros de seu governo apressaram-se a condená-lo com firmeza, assim como o presidente israelense, Reuven Rivlin, que prometeu capturar os culpados e anunciou que visitaria nesta mesma tarde as vítimas, que foram evacuadas pelo Exército israelense e estão sendo tratadas em hospitais de Israel.

"Estou comovido por este ato repreensível e aterrorizante. Este é um ato de terrorismo em todos os aspectos. O Estado de Israel toma uma posição forte contra o terrorismo. Ordenei às Forças de Segurança que utilizem todos os meios ao alcance para pegar os assassinos e levá-los perante a Justiça", disse Netanyahu no começo da manhã em comunicado.

Além do bebê morto, de um ano e meio, seu pai, Said, 32, sua mãe, Rihan, 27, e seu irmão Ahmad, 4, ficaram gravemente feridos no incêndio, provocado por supostos colonos que atiraram coquetéis molotov em duas casas da população palestina de Duma, no norte da Cisjordânia, nas quais fizeram pinturas racistas em hebraico.