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Talibãs nomeiam Akhtar Mohammad Mansoor como substituto do mulá Omar

31/07/2015 05h12

Cabul, 31 jul (EFE).- Os talibãs anunciaram nesta sexta-feira oficialmente que Akhtar Mohammad Mansoor, até agora chefe militar e número dois do grupo insurgente, será seu novo líder após o anúncio da morte do mulá Omar.

"Membros do alto conselho do Emirado Islâmico (como os talibãs denominavam o Afeganistão) decidiram em reunião nomear Akhtar Mohammad Mansoor, amigo íntimo e de confiança do mulá Omar, como novo líder do Emirado Islâmico", informaram os talibãs em comunicado.

Os líderes talibãs prometeram "lealdade" a Mansoor como novo Amir-ul Momineen (Príncipe dos Crentes), e asseguraram que o escutarão e obedecerão de acordo com seu cargo, depois que na quarta-feira passada o governo afegão anunciou a morte de Omar e ontem os insurgentes ratificaram.

Na nota se descreve o mulá Mansur como uma pessoa "responsável e apta, ao haver assumido grandes responsabilidades, inclusive quando o mulá Omar estava com vida", e esclareceu que o novo líder talibã esteve "administrando o Emirado Islâmico" há muito tempo.

Além disso, o conselho dispôs como segundo no comando o teólogo Haibatulah Ajunzada, ao qual identifica como chefe de Justiça do Emirado, e a Sirajuddin Haqqani, chefe da rede Haqqani, supostamente vinculada à Al Qaeda e à qual se atribuem alguns dos ataques mais mortíferos contra os aliados no Afeganistão.

Mansur, número dois do mulá Omar desde 2010 e ministro de Aviação no governo talibã no Afeganistão entre 1996 e 2001, é considerado um talibã moderado e aberto a negociações de paz, informaram os meios paquistanesas, que anteciparam ontem sua nomeação.

O mulá Omar criou o grupo talibã em 1994, em plena guerra civil entre as diferentes facções de mujahedins que tinham combatido os ocupantes soviéticos, e governou o Afeganistão com mão de ferro entre 1996 e 2001.

O governo afegão anunciou na quarta-feira a morte do mulá Omar em um hospital de Karachi (sul do Paquistão) em abril de 2013.

Os talibãs confirmaram a morte, mas negaram que Omar, que não era visto publicamente desde a invasão americana em 2001, deixou o Afeganistão, em cujo território, disseram, morreu.

O escritório político dos talibãs no Catar confirmou a data dada pelo governo de Cabul como a da morte do até agora homem mais procurado do país.