Curdistão iraquiano pede que PKK afaste luta com a Turquia da região

Mossul, 1 ago (EFE).- A presidência da região autônoma do Curdistão iraquiano pediu neste sábado aos combatentes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) que transfiram sua atividade armada com a Turquia para fora da região autônoma iraquiana.

"As forças do Partido dos Trabalhadores do Curdistão devem afastar o campo de batalha da região do Curdistão para evitar que os civis da região curda se tornem vítimas desta luta", afirmou a presidência autônoma em comunicado oficial.

A nota também repudiou o bombardeio realizado hoje por aviões turcos contra a região fronteiriça de Jebel Qandil, na província de Erbil, e que segundo a presidência curda deixou 17 vítimas civis, entre mortos e feridos.

"Repudiamos o bombardeio que causou a morte de cidadãos na região do Curdistão e exigimos que a Turquia não volte a lançar bombardeios contra civis porque nenhum civil pode morrer na região curda sob nenhum conceito", acrescentou o comunicado, que pediu às partes envolvidas que retomem as negociações de paz.

Kefah Mahmoud Karim, assessor de informação do presidente curdo, Masoud al Barzani, disse à Agência Efe que a presidência "pediu que a luta entre Turquia e PKK se afaste da região, mas não pediu que saiam do Curdistão os militantes e as bases do Partido dos Trabalhadores do Curdistão".

Pelo menos seis civis morreram e 12 ficaram feridos nesta madrugada em ataques lançados por aviões de combate turcos na província curda iraquiana de Erbil, informaram à Efe representantes locais e fontes da guerrilha curda turca.

O governador de Suran, na província de Erbil, Karmanesh Izzat, explicou que pelo menos seis pessoas perderam a vida e mais de 12 ficaram feridas por bombardeios aéreos contra várias aldeias.

Dalil Named, integrante do Escritório de Relações do PKK, em declarações à Efe, elevou o número de vítimas a nove e o de feridos a 14 e explicou que os ataques atingiram o distrito de Raunduz, vizinho de Suran.

Na noite de terça-feira passada, as autoridades iraquianas demonstraram preocupação pelas possíveis mortes de civis nos bombardeios da Turquia no norte do país (Curdistão iraquiano) e acusaram Ancara de violar sua soberania, além de pedir coordenação em suas operações.

A aviação turca começou na semana passada a bombardear posições da guerrilha curda no norte do Iraque e na Turquia, assim como do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria, após sofrer vários ataques de ambas as formações em seu território.