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Grafite feito em parte do Muro de Berlim amanhece com pichação antissemita

01/08/2015 10h58

Berlim, 1 ago (EFE).- Um dos grafites da chamada "East Side Gallery", a parte mais longa ainda de pé do Muro de Berlim, apareceu neste sábado coberto com pinturas antissemitas, um dia após jovens judeus participantes das Macabíadas da capital alemã serem insultados enquanto passeavam perto de seu hotel.

O grafite danificado é uma Estrela de Davi sobre a bandeira alemã, informaram os responsáveis pela mostra de arte espontânea ao ar livre, que ocupa mais de um quilômetro da antiga divisão cidadã que durante décadas foi conhecida como "a Faixa da Morte".

A "East Side Gallery" é uma das atrações turísticas da capital alemã e seus grafites foram feitos por mais de cem artistas de todo o mundo pouco depois da queda do Muro, no dia 9 de novembro de 1989, como símbolo da liberdade recuperada e do fim do regime alemão-oriental.

O espaço danificado pelas pinturas antissemitas ficou coberto, à espera que o artista autor do grafite, Günther Schaefer, possa refazer sua obra.

O incidente ocorreu um dia depois que um grupo de participantes das Macabíadas, que se realizam pela primeira vez na Alemanha, foram insultados ao serem reconhecidos como judeus por usarem a kippah (barrete usado para cobrir parte da cabeça) enquanto passeavam pelo distrito de Neuköln, um bairro com alta proporção de população imigrante.

Cerca de 2 mil atletas participantes do evento se hospedam em um hotel do bairro, onde também foram insultados dois membros da equipe de segurança do estabelecimento por um homem de aparência árabe que foi detido pouco depois.

A polícia reforçou as medidas de segurança em torno do hotel enquanto o evento esportivo é realizado.

Os Jogos Macabeus Europeus começaram na terça-feira passada e suas competições ocorrem no parque olímpico onde foram realizados os Jogos Olímpicos de Berlim de 1936, evento aproveitado pelo regime nazista para fazer propaganda.

Esta é a primeira vez que a Alemanha sedia o evento, que conta com a participação de atletas judeus de 38 países, uma questão com grande carga simbólica para o país, segundo destacou em mensagem inaugural a chanceler alemã, Angela Merkel.