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Poroshenko promete aos tártaros que nunca desistirá de recuperar a Crimeia

01/08/2015 12h28

Kiev, 1 ago (EFE).- O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, prometeu neste sábado aos tártaros da Crimeia que o país nunca desistirá de recuperar a península anexada pela Rússia em março de 2014.

"A Ucrânia nunca, sob nenhuma condição, aceitará a violação dos direitos de seus cidadãos, o direito do povo tártaro de viver livremente em sua terra", disse Poroshenko, segundo um comunicado da presidência ucraniana.

As afirmações de Poroshenko foram enviadas em mensagem aos participantes do II Congresso Mundial dos Tártaros da Crimeia realizado na Turquia.

O líder ucraniano denunciou a ocupação russa da península e lembrou que o congresso anterior foi realizado em território crimeano, algo impossível agora pela repressão da minoria muçulmana, que representava 12% da população.

Além disso, ressaltou que Kiev prepara um "roteiro" para conceder à Crimeia uma autonomia nacional em meio a um estado unitário ucraniano e que conta com o apoio dos países ocidentais para conseguir o retorno da legalidade desse território banhado pelo Mar Negro.

O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Pavel Klimkin, comparecerá ao congresso, que contará com a presença de tártaros provenientes de 12 países, incluindo União Europeia, Estados Unidos e Canadá.

Os tártaros, que durante séculos formaram a maior parte da população da Crimeia, não reconhecem a anexação russa, tacham como farsa o referendo em que os crimeanos optaram por se unir à Rússia e acusam as novas autoridades de violarem seus direitos.

A Ucrânia proibiu nesta semana a entrada no país dos deputados e senadores franceses que viajaram à Crimeia no dia 23 de julho, visita bem-vinda pela Rússia, mas muito criticada pelos governos da própria França e da Alemanha.

Kiev já tinha feito o mesmo por um espaço de cinco anos com o ator Gérard Depardieu, que colocou em dúvida em várias ocasiões a soberania ucraniana após receber a cidadania russa em janeiro de 2013.

O Ministério da Cultura ucraniano incluiu o artista de origem francesa em uma lista negra de quase 600 personalidades da cultura que apoiam, segundo Kiev, a violação da integridade territorial do país.