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Órgão eleitoral venezuelano rejeita candidatura de María Corina Machado

03/08/2015 20h03

Caracas, 3 ago (EFE).- O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) negou nesta segunda-feira a candidatura da opositora María Corina Machado às eleições parlamentares que serão realizadas em dezembro, e em seu lugar foi inscrita uma aliada da ex-deputada que prometeu "não trai-la".

"Hoje o regime dá mais um passo em sua arremetida contra mim. Não querem me permitir inscrever meu nome como (candidata a) deputada à Assembleia Nacional (AN, parlamento) e os vocês sabem muito bem quem pediu minha cabeça e por que, vocês sabem por que querem me calar", disse María Corina a correligionários.

Ela também afirmou, em frente à sede da Junta Eleitoral regional, na cidade de Teques, que a impossibilidade do órgão de processar sua inscrição obedece a razões políticas.

"Não me perdoam porque na AN eu denunciei a presença de militares cubanos dentro das Forças Armadas, não me perdoam porque junto com trabalhadores e moradores da cidade de Amuay mostramos a tragédia e a corrupção deste evento que tem como responsáveis diretos (o presidente, Nicolás) Maduro e seu regime", disse.

María Corina, da mesma forma que outros opositores, foi notificada nos últimas dias de sua proibição de exercer cargos públicos durante um ano pela Controladoria Geral por "omitir alguns ativos" em sua declaração jurada de patrimônio.

Esta decisão a impedia de efetivar sua inscrição no processo que foi iniciado hoje.

A política opositora afirmou que sua inabilitação e a impossibilidade de inscrever seu nome "mostram que (no governo) estão dispostos a tudo" e que "avança a fraude mais monumental da história".

"É hora de agir (...), pedi a meus concidadãos, a todos os cidadãos desta terra, que nos nos rebelemos contra a opressão, é a hora da rebeldia cívica", declarou a opositora.

Em seu lugar, o dirigente apoiou a candidatura de sua aliada, a socióloga Isabel Pereira, ativista opositora e membro da direção do Centro de Divulgação do Conhecimento Econômico para a Liberdade (Cedice).

"Esta é a mulher na qual eu confio e à qual eu lhes peço que demonstrem o apoio, o carinho e a confiança que me deram nos eventos mais difíceis", ressaltou María Corina, ao lado de Isabel.