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Japão adia obras de base dos EUA em Okinawa devido à oposição local

04/08/2015 01h25

Tóquio, 4 ago (EFE).- O governo do Japão anunciou nesta terça-feira que atrasará em um mês as obras para a transferência da polêmica base militar americana à ilha de Okinawa, diante da oposição da população e da administração local.

A medida está destinada a diminuir a tensão entre o governo central e o local antes da reunião de sexta-feira em Tóquio entre o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o governador de Okinawa, Takeshi Onaga, para discutir a controvertida realocação das instalações militares de Futenma.

Tóquio decidiu adiar até 9 setembro as obras que começariam na próxima segunda-feira com o objetivo que ambas partes "possam dialogar em um ambiente mais acalmado", disse hoje em entrevista coletiva o ministro porta-voz do governo, Yoshihide Suga.

Suga acrescentou que, durante o mês no qual estarão suspensas as obras, Tóquio manterá "consultas intensivas" com Okinawa sobre a realocação da base de Futenma, um projeto atolado há quase uma década pelo forte oposição dos políticos e da população local.

No final do maio passado, Onaga afirmou que os moradores desta província japonesa "nunca permitirão" que o Executivo central e Washington construam a nova base militar americana, com o argumento que representa "uma grave ameaça" para o meio ambiente da região e uma "pesada carga" para a população local.

Em março começaram as obras preparatórias para erguer a nova base aérea, e desde então se intensificou o enfrentamento entre Tóquio e Okinawa, assim como os protestos nas áreas afetadas.

As novas instalações militares estariam situadas na baía de Henoko, na cidade de Nago, ao norte da ilha de Okinawa.

A atual Futenma, de 480 hectares, fica no centro urbano da cidade de Ginowan (94.000 moradores), rodeada de casas e edifícios públicos, o que durante anos gerou protestos de seus cidadãos pelo barulho e pela possibilidade que ocorram acidentes.

Okinawa abriga mais da metade dos cerca de 47.000 soldados que os Estados Unidos mantêm no Japão, assim como 74% das instalações militares americanas no país asiático.

Um quinto do solo da ilha principal deste arquipélago é terreno militar americano.