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EI dinamita parte do templo de Bel em Palmira

31/08/2015 10h24

Damasco/Cairo, 31 ago (EFE).- O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) destruiu parte do templo de Bel, na cidade arqueológica de Palmira, no leste da província síria de Homs, informou nesta segunda-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Os membros do EI dinamitaram várias partes do maior edifício de Palmira, dedicado à deidade suprema Babilônia e cujo teto, já desaparecido, era originalmente recoberto de ouro.

"Até agora não temos informação detalhada, dados ou fotos do que aconteceu em Bel. Só contamos com uma visão preliminar e os testemunhos de gente local de Palmira", disse à Agência Efe Mohammed Nazir Awad, diretor do Departamento sírio de Edifícios Antigos.

Alguns falam de somente uma explosão e outros de várias no interior do pátio do templo, acrescentou Awad, que esclareceu que o governo sírio não pôde confirmar ainda os danos e prejuízos.

"Estamos esperando fotografias para documentar e avaliar os danos exatos do que aconteceu", explicou.

No entanto, Awad responsabilizou a comunidade internacional por todas as perdas nas antiguidades e na ruínas "tesouros" da Síria, e exigiu "um plano imediato para interromper e prevenir toda a devastação das ruínas" do país.

Este é o segundo templo de Palmira que os extremistas atacam em agosto, após tomarem o controle total da cidade arqueológica em maio.

O EI destruiu o histórico templo de Baal, de dois mil anos, em 23 de agosto, utilizando uma enorme quantidade de explosivos no monumento, que ficava a poucas dezenas de metros do teatro romano.

Palmira, cujas ruínas grecorromanas fazem parte da lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco, é considerada uma relíquia única do século I a.C. e uma peça professoral da arquitetura e do urbanismo romano pelas colunas de sua famosa rua principal e por seus templos, entre eles o de Baal.

Esta cidade foi nos séculos I e II d.C. um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo e ponto de encontro das caravanas da Rota da Seda, que atravessavam o árido deserto do centro da Síria.