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ONU confirma que principal templo de Palmira foi destruído

01/09/2015 03h32

Redação Central, 1 set (EFE).- Uma análise de imagens por satélite efetuada pela ONU confirmou a destruição do edifício principal do templo de Bel, na cidade arqueológica de Palmira, no centro da Síria e dominada pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

O Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (UNITAR) do Programa Operacional de Aplicativos Satelitais (UNOSAT) publicou nas últimas horas no Twitter fotografias que mostram os efeitos da explosão do último dia 30 de agosto no antigo templo de Bel.

As imagens por satélite mostram a cidade de Palmira antes e depois dessa deflagração e, nelas, é possível ver a destruição praticamente total do edifício principal do templo de Bel.

A confirmação da ONU da destruição do templo de Bel acontece horas depois que o Observatório Sírio de Direitos Humanos revelou os novos danos na famosa cidade arqueológica situada no leste da província síria de Homs.

Membros do EI dinamitaram diferentes partes do maior edifício de Palmira, dedicado à deidade suprema Babilônia e cujo teto, já desaparecido, estava originalmente recoberto de ouro.

"Até agora não temos informação detalhada, dados ou fotos do ocorrido em Bel. Só contamos com uma visão preliminar e os testemunhos de moradores de Palmira", disse ontem à Agência Efe Mohammed Nazir Awad, diretor do Departamento de Edifícios Antigos da Síria.

Awad responsabilizou a comunidade internacional por todas as perdas nas antiguidades da Síria, e exigiu "um plano imediato para deter e prevenir toda devastação e destruição das ruínas" do país.

Este é o segundo templo de Palmira que os extremistas atacam em agosto, após tomar o controle total da cidade arqueológica em maio.

O EI destruiu o histórico templo de Baal em Palmira no último dia 23 de agosto, após ter colocado grande quantidade de explosivos no monumento de 2.000 anos de antiguidade.

Palmira, cujas ruínas greco-romanas estão incluídas na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco, é considerada uma relíquia única do século I a.C. e uma obra prima da arquitetura e do urbanismo romano pelas colunas de sua famosa rua principal e por seus templos, entre eles o de Baal.

Esta cidade foi nos séculos I e II d.C. um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo e ponto de encontro das caravanas na Rota da Seda, que atravessavam o árido deserto do centro da Síria.