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Por corrupção, Congresso retira imunidade do presidente da Guatemala

Johan Ordonez/ AFP
Imagem: Johan Ordonez/ AFP

Cidade da Guatemala

01/09/2015 20h40

O plenário do Congresso da Guatemala decidiu nesta terça-feira, por unanimidade, retirar a imunidade do presidente do país, Otto Pérez Molina, acusado de liderar um esquema de corrupção que atuava nas alfândegas e batizado como "El Línea".

A partir de agora, Pérez Molina pode ser investigado e inclusive preso pelo envolvimento no caso, que já derrubou a vice-presidente Roxana Baldetti, presa à espera de um julgamento.

O documento que autoriza investigação de Pérez Molina será enviado à Corte Suprema de Justiça (CSJ), que repassará o caso para responsabilidade de um juiz.

Pérez Molina, general reformado de 64 anos e que chegou à presidência da Guatemala em janeiro de 2012, é o primeiro líder que será denunciado à Justiça na história do país.

Na sessão plenária de hoje, que durou menos de uma hora e meia, 132 deputados presentes votaram por unanimidade a favor da retirada da imunidade do presidente.

"Havendo maioria fica aprovado. Declaro aprovada a acusação, as diligências de antejulgamento contra Pérez Molina", disse o presidente do Legislativo, Luis Rabbé.

O Congresso da Guatemala é formado por 158 cadeiras. Vários não participaram da reunião de hoje, entre eles os 24 do Partido Líder, o principal de oposição, conforme o deputado Mario Taracena, da UNE, que também se opõe ao governo.

O antejulgamento de Pérez Molina foi solicitado no último dia 21 de agosto pelo Ministério Público (MP) e pela Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (CICIC), que defendem que existem provas suficientes sobre a participação do presidente no esquema.

A deputada Nineth Montenegro, do Encontro pela Guatemala, uma das integrantes da comissão que aprovou o relatório para tirar a imunidade do presidente, disse que a decisão é "contundente" e está baseada em fatos que indicam a participação de Pérez Molina.

"Ninguém fica contente com o que está acontecendo, mas todo ato deve ter consequências. Agora a Justiça precisa se pronunciar", afirmou a parlamentar.

Nos arredores do Congresso, manifestantes comemoravam a decisão com foguetes, buzinaço e muitos aplausos.