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EUA reforçam segurança e enfeitam lugares que serão visitados pelo papa

Miriam Burgués

Em Washington

17/09/2015 14h52

Camisetas, bonecos, rosários e livros de orações esperam pelas multidões que se reunirão para ver o papa Francisco em Nova York, Filadélfia e Washington, onde são finalizados os preparativos e a segurança nos locais que serão visitados pelo pontífice.

Diante da Basílica da Imaculada Conceição de Washington, onde o papa celebrará ao ar livre no dia 23 de setembro a missa de canonização do franciscano espanhol Junípero Serra, um altar já está sendo instalado, segundo pôde constatar a Agência Efe.

Seu design é obra de três estudantes de arquitetura da Universidade Católica e conta com três arcos que simbolizam a Santíssima Trindade, quatro colunas para representar os votos dos jesuítas, a ordem do pontífice, e a ideia é que seja usado de forma permanente na basílica após a missa de canonização.

Os jardins que rodeiam a basílica também estão sendo enfeitados para a ocasião e Manuel, um dos trabalhadores hispânicos contratados para a tarefa, contou à Efe que estão há um mês trabalhando nos preparativos.

"Estamos subindo os galhos das árvores para que as pessoas vejam bem o papa", afirmou Manuel, que espera poder vê-lo também.

A expectativa é tal em Washington que se preveem grandes engarrafamentos, fechamentos de ruas, e metrôs e ônibus abarrotados.

Por isso, o Escritório de Gestão de Pessoal (OPM) solicitou a todos os funcionários do governo federal que, se possível, trabalhem de suas casas entre os dias 22 e 24 de setembro.

Quanto aos protocolos de segurança, tudo está sendo liderado pelo Serviço Secreto, encarregado de proteger o presidente americano e sua família, e o próprio diretor dessa agência, Joseph Clancy, envolveu-se pessoalmente nos preparativos.

No fim de semana passado, o presidente do Comitê de Segurança Nacional da Câmara dos Representantes, Michael McCaul, disse que as autoridades americanas frustraram uma "ameaça crível" contra o pontífice, sem entrar em detalhes.

A visita do papa será acompanhada de inspeções mais amplas nos aeroportos, pontos de controle nas cidades pelas quais passará o pontífice e a proibição dos bastões usados para fazer 'selfies' durante a passagem de sua comitiva.

Na Filadélfia, onde se espera que mais de um milhão e meio de pessoas se reúnam entre os dias 26 e 27 de setembro para ver o papa e participar do Encontro Mundial das Famílias, as lembranças e objetos com imagens de Francisco já podem ser adquiridos pessoalmente ou pela internet há dias.

Junto às típicas camisetas e bonecos há também rosários, alguns avaliados em US$ 200 e outros inclusive de pelúcia, feitos especialmente para bebês.

Em Washington, várias das lojas que vendem souvenires da cidade já têm também os dedicados ao papa.

No entanto, Soe Win, encarregada de uma dessas lojas que vende livros, camisetas, ímãs e xícaras, comentou à Efe que quase não vendeu nada ainda e que espera maior afluência de clientes "na próxima semana".

A capital dos EUA será, sem dúvida, a parada mais "política" do papa pelas visitas que fará à Casa Branca e ao Congresso, onde espera-se que aborde temas como mudança climática e imigração.

Líderes de organizações religiosas e de defesa dos imigrantes convocaram um "dia nacional de oração" em 24 de setembro, em coincidência com o discurso que o pontífice pronunciará no Congresso, com a esperança que a visita papal contribua para reabrir o debate legislativo sobre a reforma migratória.

Para esse mesmo dia está convocada outra concentração no National Mall de Washington com o objetivo de pedir ações contra a mudança climática.