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Parentes de 43 jovens desaparecidos atacam sede da procuradoria de Guerrero

Lenin Ocampo Torres/EFE
Imagem: Lenin Ocampo Torres/EFE

Em Chilpancingo

21/09/2015 19h13

Familiares e companheiros dos 43 estudantes desaparecidos há quase um ano na cidade de Iguala, no México, atacaram nesta segunda-feira (21) as instalações procuradoria do Estado de Guerrero para protestar pela deficiente resposta das autoridades ao caso.

Por volta de 9h (horário local, 11h de Brasília), dez ônibus chegaram aos escritórios da procuradoria localizados em Chilpancingo, a capital do Estado de Guerrero, no sul do México.

Na fachada do prédio, o grupo de familiares e de estudantes da Escola Normal de Ayotzinapa colou as fotografias dos 43 jovens desaparecidos em 26 de setembro de 2014 em Iguala, onde foram atacados e retidos por policiais locais.

Segundo a versão oficial, os agentes os entregaram a narcotraficantes, que os fizeram desaparecer em uma fogueira acesa em um depósito de lixo do município vizinho de Cocula, uma versão que os pais e distintas organizações não acreditam ser possível.

Durante o protesto, um grupo de manifestantes quebrou vidros e ingressou nas instalações da instituição, onde destruiu parte da mobília.

Alguns manifestantes também incendiaram um pequeno módulo de segurança da própria procuradoria e posteriormente bloquearam de maneira intermitente a Estrada do Sol, que une a capital mexicana com Acapulco, onde pediram colaborações econômica aos motoristas.

Além disso, os manifestantes tomaram dez caminhonetes de empresas privadas e do governo e as levaram ao município de Tixtla, onde se encontra a escola dedicada à formação de professores.

Os pais assinalaram que este protesto é parte das ações que realizarão até o próximo dia 26 de setembro, quando se completa um ano do desaparecimento, "perante a nula resposta das autoridades".

O procurador de Guerrero, Miguel Ángel Godínez, anunciou em entrevista coletiva a abertura de uma investigação contra os responsáveis pelos danos provocados às instalações e detalhou que os manifestantes, que estavam com os rostos cobertos, queimaram os postos de vigilância e destroçaram portas, janelas, mobília e documentos.

Godínez assinalou que ainda estão quantificando os danos provocados e assegurou que "não haverá tolerância a que se defendam atrás de reivindicações para vandalizar".