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Premiê do Japão reforma metade de seu gabinete, mas mantém ministros-chave

07/10/2015 04h23

Tóquio, 7 out (EFE).- O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, realizou nesta quarta-feira uma reforma em seu gabinete de governo com mudanças em metade de seus 19 ministérios, mas mantém os titulares de pastas importantes, como Política Econômica, Finanças e Relações Exteriores.

A remodelação tem como objetivo concentrar a gestão do Executivo na aplicação da "Abenomics", a estratégia de crescimento econômico promovida pelo primeiro-ministro, e acontece depois que o governo sofreu notável desgaste de popularidade ao levar adiante uma polêmica reforma militar.

O ministro porta-voz do governo, Yoshihide Suga, divulgou hoje a composição do novo gabinete em entrevista coletiva, e o primeiro-ministro do Japão deve se pronunciar para a imprensa às 18h30 locais (6h30 de Brasília) para explicar sua decisão e apresentar os novos cargos.

Entre as novas nomeações se destacam as de Hiroshi Moriyama para o Ministério da Agricultura e Pesca, e a de Moto Hayashi como ministro do Comércio e Indústria.

Abe reforça assim dois ministérios cruciais para a aplicação do recém-negociado Acordo Estratégico Transpacífico de Associação Econômica (TPP, sigla em inglês), que engloba Japão, EUA e outras dez nações, e que ainda deve ser ratificado por todos eles.

Até ser nomeado, Moriyama exerceu o cargo de presidente da comissão do partido governante para as negociações do TPP. Já Hayashi dirigia a Comissão de Normas e Administração da Câmara Baixa do parlamento japonês.

Outros dois integrantes do alto escalão do partido governante, Mitsuhide Iwaki e Hiroshi Hase, ocuparão o Ministério da Justiça e o de Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, respectivamente.

Além disso, é novidade a criação do Ministério de Ação Social, que entre outras tarefas se ocupará da integração da mulher no mercado de trabalho, para o qual foi designado Katsunobu Kato, atual vice-porta-voz do governo.

Kato também se ocupará do delicado assunto sobre o sequestro de cidadãos japoneses por parte de Coreia do Norte.

Por outro lado, permanecem em seus cargos os ministros das Finanças, Taro Aso; das Relações Exteriores, Fumio Kishida; de Política Econômica e Fiscal, Akira Amari; da Defesa, Gen Nakatani; de Interior e Comunicações, Sanae Takaichi; além do ministro porta-voz, Yoshihide Suga.

Também não houve mudanças nas pastas de Revitalização das Economias Locais, na de Saúde, Trabalho e Bem-estar, nem na dos Jogos Olímpicos de Tóquio, ocupadas respectivamente por Shigeru Ishiba, Yasuhisa Shiozaki e Toshiaki Endo.

O novo gabinete inclui nove ministros que exercerão o cargo pela primeira vez, outros nove que permanecem em suas pastas, mais o novo Ministério de Ação Social, para formar um governo com um total de 19 ministros, entre os quais há apenas três mulheres.

Entre elas há duas políticas que fazem sua estreia à frente de um Ministério, Tamayo Marukawa, de 44 anos e nova titular de Meio Ambiente, e Aiko Shimajiri, de 50 anos e responsável pela pasta de Okinawa e Territórios do Norte.

A nova equipe de governo realiza agora sua primeira reunião que começou às 15h locais (3h de Brasília) e depois os nomeados assumirão seus cargos durante uma cerimônia no Palácio Imperial, com a presença do imperador Akihito.

A reforma acontece depois que Abe fortaleceu sua liderança dentro de seu partido, do qual foi reeleito presidente até finais de setembro de 2018.

Além disso, sua legenda, o Partido Liberal-Democrata (PLD), enfrentará eleições para a Câmara Alta do legislativo no ano que vem, onde conta com uma confortável maioria de mais de dois terços junto a seu aliado de governo, o partido budista Novo Komeito.