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Ban Ki-moon pede que Israel e Palestina ajudem a diminuir a violência

20/10/2015 13h52

Jerusalém, 20 out (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que chegou nesta terça-feira a Jerusalém para tratar com israelenses e palestinos a atual onda de ataques e distúrbios, disse ao presidente israelense, Reuven Rivlin, que não se deve permitir aos extremistas de ambas avivar apoiar a violência.

"Não é tarde demais para evitar uma crise maior", declarou o representante das Nações Unidas, que garantiu que pedirá a ambas partes que "tomem os passos necessários para evitar novos incidentes em ambos lados".

Ban também disse que "a violência só traz violência. Não devemos permitir aos extremistas em nenhum dos lados, ou os que pensam que a violência é a solução, apoiar ainda mais o conflito".

Ban Ki-mon garantiu que, além da tensão atual, o problema está "na falta de vontade de restaurar um horizonte político", em referência à estagnação das negociações de paz, suspensas há quase ano e meio, e apontou que manter o status quo "só está piorando as coisas".

A violência "só mina as legítimas aspirações palestinas de um estado e o desejo dos israelenses de segurança", declarou o chefe da ONU, segundo um comunicado divulgado por seu escritório.

Ban apostou por "salvaguardar a solução de dois Estados" e "dirigir o povo outra vez ao caminho rumo à paz".

O líder da ONU garantiu que sua visita reflete "o alarme global pela perigosa escalada de violência" na região, onde morreram desde princípios deste mês 8 israelenses, um eritreu, um agressor árabe- israelense e 45 palestinos, cerca da metade destes últimos autores de ataques ou supostos atacantes.

O secretário-geral da ONU disse que com sua viagem pretende ajudar a "diminuir a tensão e impedir que a situação saia de controle" e transmitiu seu pêsame aos parentes e amigos das vítimas das "hostilidades e ataques terroristas".

"Nenhuma sociedade deveria viver no medo. Nenhuma sociedade pode se permitir ver sua juventude sofrer na desesperança", afirmou Ban, que advertiu que "se não atuar em breve", o conflito poderia crescer e ter sérias repercussões em Israel, Palestina e além.

Espera-se que o secretário-geral da ONU se reúna nesta tarde em Jerusalém com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e amanhã em Ramala com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.