Monge japonês completa prova de jejum extremo pela 1ª vez em oito anos
O monge budista japonês Kogen Kamahori, de 41 anos, concluiu nesta quarta-feira (21) um duríssimo ritual no qual ficou nove dias sem comer, beber e dormir e que desde a Segunda Guerra Mundial apenas 13 pessoas conseguiram completar no Japão, o último há oito anos.
Ao concluir a prova, ele saiu andando, acompanhado por duas pessoas. De acordo com a imprensa local, Kogen ficou confinado em um local sagrado no Monte Hiei, no oeste do Japão. Ao final, cerca de 600 pessoas o receberam para parabenizá-lo pela façanha.
O jejum que Kogen completou é conhecido como "doiri", que, por sua vez, é a prova mais longa dentro do "kaihogyo", um período de 1.000 dias de treinamento ascético com o qual se pretende alcançar a iluminação. Para se submeter ao "doiri", o monge deve antes ter completado, ao longo de cinco anos, 700 dias de caminhada no monte em trechos de 30 e 40 quilômetros diários.
Durante o "doiri", além de não comer, beber ou dormir, o monge também não pode deitar, e nas 182 horas que o processo dura ele deve recitar diferentes sutras por 100 mil vezes. No local, Kogen foi acompanhado por dois monges para que, ao realizar esta prova em que se "encara a morte", não pegasse no sono. Originalmente o "doiri" durava dez dias, mas foi reduzido para evitar o falecimento daqueles que o realizavam.
O "kaihogyo" é praticado pela escola japonesa Tendai, fundada no Monte Hiei, por volta do século 9. Seus 1.000 dias de duração devem ser divididos ao longo de sete anos e acredita-se que menos de 50 pessoas o completaram desde o século 21.
Kogen Kamahori começou seu "kaihogyo" em março de 2011 e deve chegar ao fim em setembro de 2017.
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