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Centenas protestam nos EUA após divulgação de vídeo com morte de jovem negro

25/11/2015 03h39

Washington, 24 nov (EFE).- Centenas de pessoas fizeram um protesto nesta terça-feira pelas ruas de Chicago, nos Estados Unidos, depois da divulgação do vídeo com a morte de um jovem negro, que foi atingido por 16 disparos efetuados por um experiente policial branco, em um incidente ocorrido há um ano.

Vários dos manifestantes gritavam "16 disparos", em referência aos tiros recebidos por Laquean McDonald, de 17 anos, e outros repreendiam os agentes encarregados de evitar distúrbios, segundo mostraram as emissoras de televisão.

As autoridades judiciais de Chicago anunciaram hoje o indiciamento por assassinato do veterano policial branco Jason Van Dyke, suposto autor dos disparos contra o jovem.

Van Dyke, de 37 anos, se entregou pela manhã às autoridades e está à espera de uma audiência judicial para determinar se terá direito à liberdade condicional.

McDonald, de 17 anos, morreu em 20 de outubro de 2014 após um entrevero com o agente Van Dyke, da polícia de Chicago e que afirmou que, no momento do incidente, o jovem estava armado com uma faca.

A promotora do condado de Cook, Anita Álvarez, afirmou hoje em entrevista coletiva que as acusações apresentadas contra o policial se baseiam nos disparos que supostamente fez contra McDonald quando a vítima já não representava uma ameaça e estava no chão.

A promotora também disse que as autoridades preferiram anunciar o indiciamento do policial antes de divulgar o vídeo do incidente, já que é sua responsabilidade preservar a paz da comunidade.

No vídeo, que foi apresentado na noite desta terça-feira, se vê McDonald correndo, aparentemente se afastando de um grupo de agentes, quando é alvejado pela primeira vez.

Depois, se vê o jovem estendido no chão, onde aparentemente recebe vários outros disparos, enquanto um oficial não identificado se aproxima e pisa em uma pequena faca que McDonald tinha nas mãos.

A polícia argumenta que Van Dyke disparou ao temer por sua vida e acrescentou que McDonald, em cuja autópsia foram encontrados indícios do consumo de drogas, se comportava de maneira errática e não atendeu às ordens dos agentes para que soltasse a faca.

Antes da divulgação do vídeo e antecipando possíveis protestos, o prefeito de Chicago, Rahm Emanuel, e o superintendente da polícia local, Garry McCarthy, pediram calma aos cidadãos durante uma entrevista coletiva.

Este é o primeiro caso em 35 anos na cidade de Chicago em que um policial é acusado de assassinato devido a um incidente ocorrido quando estava de serviço.