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Piloto de avião abatido nega violação e diz que não houve advertência turca

Piloto e copiloto de paraquedas após se ejetarem do avião abatido - Haberturk/EFE
Piloto e copiloto de paraquedas após se ejetarem do avião abatido Imagem: Haberturk/EFE

Em Moscou

25/11/2015 13h29

O piloto que sobreviveu à derrubada do bombardeiro russo SU-24 na Síria pelas forças turcas ontem garantiu nesta quarta-feira que a aeronave russa não violou em nenhum momento o espaço aéreo da Turquia.

Em suas primeiras declarações desde que foi resgatado em território sírio, o militar russo, chamado Konstantin Murahtin, afirmou que, ao contrário do que diz o governo da Turquia, não houve nenhuma advertência. Ele foi citado pela mídia estatal russa.

"Na realidade, não houve nenhuma advertência, nem por rádio, nem visual. Nem sequer houve contato algum. Por isso, tomamos rumo de ataque", disse.

"Pude ver perfeitamente pelo mapa e pelo território (que o avião sobrevoava) onde estava a fronteira e onde nós estávamos", afirmou.

"Nem sequer havia ameaça de entrar na Turquia, todo o voo estava sob meu controle até o momento da explosão do avião", insistiu.

O piloto, que se ejetou após o impacto do míssil - disparado por um caça turco F-16, insistiu que ele e seus companheiros conheciam a região "como a palma da mão".

"Eu, como navegador, conheço praticamente cada protuberância do terreno. Posso me orientar inclusive sem equipamentos eletrônicos", disse.

Sobre a derrubada, ele explicou porque não houve nenhum alerta.

"É preciso levar em conta a velocidade de um bombardeiro e a de um caça F-16. Se quisessem nos advertir, podiam ter se mostrado se posicionado em paralelo. Mas não houve nada disso", contestou.

Além disso, "o míssil veio em direção a cauda do avião repentinamente. Nem pudemos vê-lo para poder efetuar uma manobra antimísseis", sustentou.

O comandante do SU-24, Oleg Peshkov, não teve tanta sorte, sendo abatido quando descia de paraquedas, o que o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, tachou hoje em Moscou de "crime de guerra".


O presidente russo, Vladimir Putin, que acusou a Turquia de dar "uma punhalada nas costas" da Rússia, antecipou que condecorará postumamente o comandante com o título de Herói da Rússia, a maior distinção concedida no país.