Rússia e Síria intensificam bombardeios em região onde avião foi abatido
As Forças Aéreas da Rússia e da Síria intensificaram nesta quarta-feira (25) os bombardeios no norte da província de Latakia, no noroeste sírio, perto da fronteira com a Turquia, após um avião russo ter sido abatido por caças turcos ontem.
Um dirigente do Exército Livre Sírio (ELS) em Latakia, Ahmed Rahal, disse à agência Efe que os ataques aéreos dos dois países aumentaram contra posições rebeldes no norte da província.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos explicou que aviões que, acredita-se, sejam russos lançaram hoje um total de 12 ataques no norte de Latakia, onde prosseguem os combates entre rebeldes e soldados do regime de Bashar al-Assad (governante sírio) nas regiões de Jabal Turkoman e Jabal al Akrad.
Rahal destacou que nesta parte da Síria "não há presença dos terroristas do Daesh [acrônimo em árabe do Estado Islâmico]".
A Turquia, que apoia a oposição síria, notificou ontem por escrito o Conselho de Segurança da ONU sobre o abate de um avião militar russo após uma suposta violação de seu espaço aéreo, fato negado pela Rússia, aliada do governo de Assad, que garantiu que a aeronave não cruzou a fronteira.
O avião abatido caiu no norte de Latakia, e os dois pilotos conseguiram se ejetar. Um deles foi resgatado vivo por forças sírias e russas, enquanto o outro foi morto pelos rebeldes.
Rahal afirmou que dois aviões russos entraram por cinco minutos no espaço aéreo turco. Um deles voltou pouco tempo depois à Síria. O outro, que permaneceu na Turquia, foi abatido na sequência.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, explicou hoje que dois aviões de nacionalidade desconhecida se aproximaram da fronteira turca perto do município de Yaylagad, no sul da província de Hatay, e que os caças turcos efetuaram dez advertências.
"Após as advertências, um dos aviões retornou à Síria e o outro continuou violando nossa fronteira. Então, nossos caças F-16 que patrulhavam a região abriram fogo enquanto ele estava em nosso espaço aéreo", disse o presidente.
O dirigente do ELS destacou que essa região da fronteira turco-síria é montanhosa e "muito fácil de invadir alguns metros do país vizinho, se você estiver sobrevoando a região".
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