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Rússia suspeita que derrubada de caça pela Turquia foi "premeditada"

25/11/2015 10h59

Moscou, 25 nov (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou nesta quarta-feira ao colega turco, Mevlüt Çavusoglu, que a Rússia suspeita que a derrubada de um caça russo Su-24 por aeronaves turcas foi um "ato premeditado".

Lavrov ressaltou que a Rússia "tem informações suficientes que confirmam que foi um ato premeditado, planejado de antemão", disse em entrevista coletiva após conversar por telefone com o representante turco.

"Alguns de nossos parceiros que entraram em contato conosco ontem (terça-feira) nos disseram que se tratou de uma evidente emboscada. Estavam esperando, à espreita, e buscavam um pretexto. Não temos a intenção de brigar com a Turquia, já que a relação com o povo turco não mudou. Os problemas são com as ações das atuais autoridades turcas", disse.

Çavusoglu expressou suas condolências à Rússia pelo acidente do avião e a morte de um dos dois pilotos, mas insistiu que o caça foi abatido em espaço aéreo turco e não sírio, como afirma a Rússia.

"Ao mesmo tempo, (Çavusoglu) tentou justificar as ações das Forças Aéreas da Turquia que o avião russo violou o espaço aéreo do país", explicou Lavrov.

O ministro russo anunciou que a Rússia repensará as relações com o atual governo da Turquia, que ontem foi acusado pelo presidente russo, Vladimir Putin, de cometer "traição" ao derrubar o avião russo.

"Claro, surge a pergunta do que a Turquia precisa fazer para normalizar as relações. É necessário, certamente, que cheguem à conclusão que um ataque como o de ontem é absolutamente inadmissível", comentou Lavrov.

Por outro lado, Lavrov aceitou a proposta de fechar a fronteira entre Síria e Turquia para evitar o fluxo de terroristas e seu financiamento proposto ontem pelo presidente francês, François Hollande, ao se reunir com o líder americano, Barack Obama.

"Acho que é uma proposta acertada. Acredito que amanhã (quinta-feira) Hollande nos dará mais detalhes sobre isto. Nós estaríamos dispostos a estudar seriamente as medidas necessárias para isso", disse em alusão à reunião que o líder francês fará amanhã em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin.