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Pais dos 43 estudantes acampam em frente à casa presidencial do México

27/11/2015 02h23

Cidade do México, 26 nov (EFE).- Os pais dos 43 estudantes de Ayotzinapa, cujo desaparecimento completa hoje 14 meses, iniciaram nesta quinta-feira um plantão indefinido em frente à residência presidencial na Cidade do México para exigir justiça.

Um grupo de centenas de pessoas acompanhou aos pais dos jovens em uma manifestação que partiu do monumento do Ángel de la Independencia e percorreu o Paseo de la Reforma até chegar a residência presidencial.

Diante de fortes medidas de segurança, com a presença de dezenas de policiais da tropa de choque, os pais instalaram uma barraca em frente às cercas que foram colocadas na Calzada de Chivatito para proteger o recinto.

Minutos antes, os pais dos estudantes realizaram um comício no qual explicaram que o objetivo do plantão é exigir, entre outros assuntos, a nomeação de um grupo técnico de investigação para que realize as novas linhas de busca, assim como a indicação de um promotor especial para o caso.

O porta-voz dos pais, Felipe de la Cruz, informou que o grupo espera que as autoridades os deixem fazer o plantão indefinido porque é seu direito e explicou que o grupo permanecerá no local até que o governo federal os receba e acate suas exigências.

Apesar de a manifestação ter transcorrido sem incidentes, um grupo de encapuzados participou da mesma e, ao chegarem à residência presidencial, tentaram repreender os policiais, mas deixaram o local após os pedidos dos próprios pais dos estudantes desaparecidos.

Hoje completam 14 meses desde que dezenas de estudantes de magistério da escola de Ayotzinapa foram atacados a tiros por policiais corruptos em Iguala, no estado de Guerrero, supostamente por ordens do então prefeito, José Luis Abarca.

Nos ataques, seis pessoas morreram, entre elas três alunos, e 43 estudantes foram detidos por policiais e entregues a membros do cartel Guerreros Unidos, que supostamente os assassinaram e incineraram seus corpos em um lixão do município vizinho de Cocula.

No entanto, em um relatório apresentado em setembro, os especialistas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) concluíram que não havia provas científicas que confirmassem que os corpos dos jovens foram incinerados nesse lixão, como afirmou a procuradoria mexicana, e pediram a continuação das buscas pelos alunos e a abertura de novas linhas de investigação.