Topo

Para conter imigrantes, UE acerta ajuda de 3 bi de euros para Turquia

Chefes de Estado de Grécia, Alemanha, Turquia e França em encontro em Bruxelas - Olivier Hoslet/EFE
Chefes de Estado de Grécia, Alemanha, Turquia e França em encontro em Bruxelas Imagem: Olivier Hoslet/EFE

29/11/2015 16h14

A União Europeia (UE) e a Turquia iniciaram neste domingo (29) uma reunião inédita na qual a UE destinará 3 bilhões de euros em apoio aos refugiados dos campos turcos e aceitará agilizar a liberalização de vistos e o processo de adesão do país ao bloco comunitário, em troca de conter a chegada de imigrantes.

"É um momento importante para a União Europeia (UE) e tenho certeza que para a Turquia também. Se o acordo ambicioso que vamos adotar for plenamente implementado, 29 de novembro de 2015 será uma data crucial na nossa relação", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, no início do encontro.

"Hoje é um dia histórico em nossas relações. Gosto da frase da declaração que será aprovada: revitalizar o processo de adesão", disse, por sua vez, o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu.

Tusk lembrou que aproximadamente 1,5 milhão de pessoas entraram ilegalmente em 2015 na UE, a maioria através da Turquia.

"Desse total, umas buscam refúgio da guerra e das perseguições, outras buscam uma vida melhor e umas poucas buscam destruir nossos valores", explicou ele, ressaltando que a UE não pode terceirizar sua segurança e a política de imigração com a Turquia, mas os 28 Estados comunitários e Ancara devem fazer frente a este desafio juntos.

A UE se comprometeu a reforçar seu apoio aos refugiados na Turquia e junto com Ancara frear a imigração irregular, ao mesmo tempo em que trabalhará nas repatriações e na luta contra os traficantes de pessoas.

"Em troca, esperamos ver uma redução imediata e substancial da imigração irregular na Europa e esperamos do novo governo turco que nos assista na hora de conseguir nosso objetivo comum de acercar-nos mutuamente. Para isso, é preciso fazer reformas, respeitar os padrões mais elevados dos direitos humanos e da liberdade de imprensa e implementar o roteiro e os parâmetros estipulados", disse Tusk.

Ele destacou que uma ação coordenada na Síria deverá ser uma prioridade e "os trágicos atentados em Paris demonstraram que a luta antiterrorista deve entrar em uma nova fase".

O primeiro-ministro turco qualificou a cúpula bilateral, que será realizada duas vezes ao ano, de "fundamental para, entre outros aspectos, responder aos terremotos geopolíticos" que ambas as partes enfrentam.

"Somos uma nação europeia e o destino de nosso continente pertence a todos nós", ressaltou Davutoglu.

Segundo ele, "a solidariedade de fato" entre os líderes "para lutar contra o terrorismo, contra a imigração ilegal, contra todas as ameaças, como o racismo, o antissemitismo e a islamofobia" deve criar uma nova visão que fará à Turquia membro da UE.

"Queremos ser membros da família europeia e, como membro da família, posso assegurar que a Turquia vai contribuir para que esta união tenha sucesso", disse Davutoglu.