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Xi Jinping admite que aliviar pobreza na China é ainda "uma tarefa árdua"

29/11/2015 02h23

Pequim, 29 nov (EFE).- O presidente da China, Xi Jinping, reconheceu que tirar da pobreza os 70 milhões de cidadãos que se calcula que vivam nessa situação é ainda "uma tarefa árdua", e se comprometeu a construir "uma sociedade moderadamente próspera" até 2020.

"Nenhuma região ou indivíduo que viva na pobreza será deixado para trás", disse Xi durante uma reunião do Conselho de Estado realizada no sábado, segundo publicou neste domingo a agência oficial "Xinhua".

Xi pediu aos governantes locais, sobretudo aos das regiões menos desenvolvidas, para que aliviar a pobreza seja sua prioridade nos próximos cinco anos, e defendeu que os lucros dos agricultores das áreas mais desfavorecidas cresçam a um ritmo maior que na média nacional no seguinte quinquênio.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, também presente no encontro, disse que se deve dar prioridade à melhora das infraestruturas nas zonas rurais, incluindo as estradas, o acesso à água, à eletricidade e à internet.

Li propôs, além disso, que uma das medidas para tirar dez milhões de chineses da pobreza até 2020 seja a realocação, e assinalou que os governos locais devem assegurar que as pessoas realojadas tenham trabalhos estáveis no local de amparada.

Os líderes também pediram que se amplie o orçamento nacional para a educação nas áreas pobres e para prestar mais serviços às chamadas "left-behind children" (crianças deixadas atrás), já que um ou os dois dos pais tiveram que se mudar para outra região do país para procurar emprego.

Na China ainda existem quase 70 milhões de menores separados de seus pais, ao redor de 30% do total da população infantil, segundo números do Unicef, um fenômeno que subiu nos anos 80 com o impulso da industrialização do país e o surgimento de novas oportunidades de emprego nas cidades.

Xi afirmou que será aumentado o gasto fiscal e o investimento privado, as políticas fiscais preferenciais, os empréstimos e subsídios e outros tipos de incentivos financeiros para combater a pobreza.

Nas últimas décadas a China conseguiu tirar cerca de 400 milhões de pessoas da pobreza graças a seu rápido crescimento econômico, uma situação que, no entanto, chegou a piorar a enorme lacuna entre ricos e pobres no país, ainda hoje entre as nações com um maior índice de desigualdade do mundo.

Após décadas de crescimento de dois dígitos, a China vive na atualidade um momento de desaceleração econômica que quer aproveitar para impulsionar um modelo mais sustentável centrado em aumentar a demanda interna.