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Al Assad diz que pode haver terroristas infiltrados entre refugiados sírios

01/12/2015 10h38

Praga, 1 dez (EFE).- O presidente da Síria, Bashar al Assad, disse à televisão tcheca "CT" que pode haver terroristas infiltrados entre os refugiados de seu país que fogem para a Europa em busca de asilo, mas não deu números nem provas da afirmação.

"Os sírios são uma mistura. A maioria, eu diria que são bons, patriotas, gente normal, mas é claro que existe a infiltração dos terroristas entre eles, isso é verdade. Quantos, não sabemos", comentou o líder sírio em um trecho antecipado da entrevista que será exibida nesta terça-feira pelo canal público.

A emissora lembrou que, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o conflito armado na Síria causou o deslocamento de 11 milhões de cidadãos, dos quais quatro milhões abandonaram o país rumo a campos de refugiados criados em nações vizinhas.

A Turquia acolheu até outubro cerca de dois milhões de sírios, o Líbano recebeu um milhão, a Jordânia 600 mil, o Iraque 250 mil e Egito 130 mil.

Além disso, pelo menos 710 mil pessoas chegaram neste ano à Europa em uma intensa afluência, especialmente em setembro e outubro, antes de diminuir com a chegada das temperaturas frias ao hemisfério norte e a limitação a sírios, iraquianos e afegãos na admissão de solicitantes de asilo nos países balcânicos.

Al Assad ressalta na entrevista sua exigência que, antes de se alcançar um acordo de paz entre as partes em guerra em seu país, ele exige a derrota dos rebeldes contrários a seu regime.

O presidente sírio se mostrou disposto a aceitar a cidade de Praga como possível sede para a assinatura de um eventual acordo de paz e criticou Paris.

"Certamente que se os sírios forem questionados, dirão que não querem uma conferência de paz na França, pois a França apoia o terrorismo e a guerra, e não a paz", afirmou.

Estados Unidos, Rússia, União Europeia (UE) e vários países da região - entre eles Arábia Saudita, Irã e Turquia - definiram recentemente, em conferência em Viena que não contou com participantes sírios, um calendário de 18 meses para uma transição pacífica rumo a uma democracia na Síria.

No entanto, permanece a incógnita sobre o papel de Al Assad nesse processo, a quem Teerã e Moscou apoiam e exigem sua participação, frente à rejeição de Ancara, Riad, Washington e outros países ocidentais.