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Kabore é eleito presidente de Burkina Fasso no primeiro turno

01/12/2015 00h06

Redação Central, 1 dez (EFE).- O candidato pelo Movimento pelo Povo e o Progresso, Christian Kabore, foi eleito presidente de Burkina Fasso após as eleições de domingo, anunciou nesta terça-feira a Comissão Eleitoral Nacional Independente.

Segundo os resultados provisórios do primeiro turno do pleito presidencial divulgados pela comissão, Kabore obteve 53,49% dos votos contra 29,65% de seu principal rival, Zephirin Diabré, da União pelo Progresso e a Mudança, que reconheceu sua derrota.

Os outros 12 candidatos obtiveram menos de 5% dos votos, segundo a imprensa local, que citam a comissão eleitoral.

Kabore é um ex-ministro do ex-presidente Blaise Compaoré que mudou para a oposição.

Os 5,5 milhões de burquinenses votaram no dia 29 de novembro para escolher seu novo presidente e os integrantes do parlamento em uma jornada que pretende encerrar a transição democrática do país, após um ano de crise política e institucional.

Essas eleições foram as primeiras democráticas em várias décadas e não contaram com nenhum presidente em fim de mandato, já que o país é dirigido por um governo de transição, que foi recolocado no poder após um breve golpe de Estado em setembro.

Burkina Fasso embarcou no processo democrático que terminará após estas eleições quando, em outubro de 2014, um levantamento popular forçou a renúncia do presidente Blaise Compaoré, após quase três décadas no poder.

Compaoré tinha tentado se perpetuar no cargo modificando a Constituição, que limita a dois o número de mandatos presidenciais.

Sua manobra desencadeou uma violenta insurreição popular que o forçou ao exílio e levou à criação de um Executivo de transição, que superou um pronunciamento militar de uma facção do exército em setembro, que levou ao atraso das votações inicialmente previstas para outubro.

Kabore foi primeiro-ministro e presidente do parlamento pelo partido de Compaoré e será, segundo ele mesmo disse, "o primeiro presidente civil" após Maurice Yameogo, derrubado em 1966 por um levantamento popular após o qual os militares assumiram o país.

A história de Burkina Fasso está marcada pela instabilidade política, já que o país viveu seis golpes de estado desde que alcançou sua independência da França, em 1960.

O último desses levantamentos foi cometido em setembro pela guarda presidencial, que faz parte do exército e deteve o presidente e seu primeiro-ministro, Isaac Zida, antes que mediadores regionais forçassem os golpistas a devolver o poder às autoridades de transição.