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Obama crê que Rússia irá reconsiderar sua posição na Síria em algum momento

01/12/2015 14h05

Paris, 1 dez (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mostrou nesta terça-feira sua confiança de que a Rússia reconsiderará sua posição no conflito sírio, embora tenha descartado que haverá um "giro de 180 graus" e que esta mudança seja iminente.

Obama considerou que os avanços, a pequenos passos, no processo de diálogo em Viena mostram que, de alguma forma, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "reconheceu que não haverá uma solução militar na Síria", e que garantiu que ele também prefere evitar um conflito como o do Afeganistão.

O presidente americano afirmou "não ter certeza" de que o pedido feito a Putin, de deixar de se concentrar em defender o regime de Bashar al Assad para se focar no Estado Islâmico, "esteja dando resultados", durante uma entrevista coletiva realizada na sede da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), em Paris.

"O fato de o processo de Viena estar avançando, embora não de maneira conclusiva, mas sim contínua, é uma indicação de que Putin reconhece que não haverá uma solução militar para a situação na Síria", disse.

O presidente dos Estados Unidos lembrou que "a Rússia está ali já há várias semanas, mais de um mês, e a situação não mudou de maneira significativa", e lembrou que Moscou "perdeu um avião comercial de passageiros e viu outro de seus aviões derrubado, e houve perdas de pessoal russo".

"Acredito que Putin entende que, com o Afeganistão fresco na memória, acabar em um conflito civil paralisante e sem desfecho não é o resultado que está buscando", acrescentou.

Obama assinalou que continua a existir uma diferença fundamental com seu colega russo em relação à continuidade de Assad na presidência da Síria, o que os Estados Unidos descartam por considerar que impediria a formação de um governo de unidade com os grupos opositores.

Obama assinalou que a Rússia precisará de tempo para mudar de estratégia e que, enquanto apoiarem o regime, muitos de seus alvos serão atacados pelos grupos opositores.

"Portanto, não acredito que devamos ter ilusões de que a Rússia vá começar a só apontar para alvos do EI, isto não está acontecendo, não esteve acontecendo e não vai acontecer nas próximas semanas", assinalou.

Apesar disso, o presidente americano mostrou esperança de que o processo político avançará à medida em que a coalizão internacional pôr cada vez mais pressão sobre o EI, e que em poucos meses haverá um "mudança nos cálculos da Rússia e um reconhecimento de que é o momento de pôr fim à guerra civil na Síria".