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Cidade do Japão quer substituir base militar dos EUA por parque da Disney

A Base Aérea Futenma em Ginowan, no sul do Japão - Eugene Hoshiko/AP
A Base Aérea Futenma em Ginowan, no sul do Japão Imagem: Eugene Hoshiko/AP

Em Tóquio

09/12/2015 07h37

A cidade de Ginowan, na ilha de Okinawa, no sudoeste do Japão, quer construir um parque temático da Disney em um local atualmente usado por uma polêmica base militar dos Estados Unidos, cuja mudança foi negada durante anos pelo governo do país.

Segundo informações publicadas nesta quarta-feira pelo jornal "Japan Times", o ministro porta-voz do governo, Yoshihide Suga, garantiu que já colocou as autoridades locais em contato com a empresa Oriental Land, que opera os dois parques da Disney no Japão, a pedido do prefeito de Ginowan, Atsushi Sakima.

A base aérea de Futenma, instalada no centro de Ginowan, ocupa 480 hectares, quase 25% da superfície da cidade. E se transformou em alvo das queixas dos moradores pelo intenso barulho e pela possibilidade de ocorrer um grave acidente aéreo em um centro urbano.

Japão e Estados Unidos concordaram, após anos de negociações, em mudar a base aérea para o norte da ilha. O processo, porém, sofre importantes atrasos pelos protestos dos que vivem nos arredores do novo lugar escolhido para recebê-la e também do governo local, que está tentando bloquear as obras.

Suga e Sakima se reuniram em Tóquio nesta semana para falar sobre a construção do parque temático da Disney assim que a mudança ocorrer. O ministro porta-voz garantiu que o governo central "cooperará plenamente" como intermediário para que o projeto saia do papel.

A atitude do governo do Japão reflete a necessidade de atender alguns dos pedidos de Okinawa, ilha que abriga 75% das instalações militares americanas no território do país.

As autoridades de Okinawa criticam o plano de mudança da base de Futenma e queriam que ela fosse instalada em um local fora da ilha por considerarem que ela é uma ameaça para o meio ambiente e para a própria população da região. A longo prazo, a intenção é reduzir e encerrar a presença de soldados dos EUA na região.