Ex-premiê australiano defende "superioridade" da cultura ocidental
O ex-primeiro-ministro da Austrália, o conservador Tonny Abbott, defendeu em um artigo publicado nesta quarta-feira (9) a "superioridade" da cultura ocidental frente àqueles que justificam os assassinatos "em nome de Deus".
"Também é o momento em que os australianos devem deixar de se desculpar pelos valores que fazem com que o nosso país seja livre, justo e próspero como qualquer outro no mundo", disse Abbott em artigo publicado nos jornais do grupo "News".
"Não é culturalmente insensível demandar lealdade à Austrália e respeito à civilização ocidental. As culturas não são iguais. Devemos estar preparados para proclamar a clara superioridade de nossa cultura frente àquela que justifica matar em nome de Deus", opinou.
Abbott fez esses comentários em um artigo sobre o extremismo islâmico no qual lembrou as mortes de dois civis inocentes durante a tomada de reféns em uma cafeteria em Sydney em dezembro de 2014, no qual o agressor foi abatido pelas forças de segurança, e a de um funcionário da polícia pelas mãos de um jovem jihadista em outubro deste ano.
Além disso, o ex-premiê lembrou outros atentados cometidos no mundo todo, entre eles a derrubada do avião russo com 224 pessoas, os atentados de Paris que mataram 130 pessoas, e o massacre na Califórnia, e exigiu uma "resposta de segurança muito forte em nosso país e no exterior".
O ex-primeiro-ministro também pediu uma reforma do Islã e lembrou que há um ano, o presidente egípcio Abdul Fatah al Sisi aludiu a uma "revolução religiosa" para "corrigir séculos de ideias falsas que fazem com que o Islã seja uma ameaça ao mundo".
Ao comentar essas declarações, o líder do Partido Verde, Richard di Natale, disse em Paris à emissora "Sky News" que Abbott é uma pessoa que "causa divisões de forma impressionante, uma força destrutiva dentro do cenário político australiano".
"Querido Sr. Abbott, um Donald Trump no mundo é mais que suficiente. Por favor, se retire", disse em sua conta no Twitter a senadora do Partido Verde, Sarah Hanson-Young.
O legislador trabalhista Ed Husic, por sua vez, pediu aos políticos conservadores que pensem bem suas palavras e defendeu a coesão social.
"Devemos estar unidos para trabalhar contra aqueles que querem destruir as liberdades" ao invés de "empurrar as pessoas", comentou Husic, que segue a religião islâmica, em declarações citadas pela agência australiana "AAP".
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