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Mulheres ainda ganham 24% menos e ocupam só 25% de direção, diz ONU

14/12/2015 09h36

As mulheres ganham atualmente 24% menos do que os homens e só ocupam um quarto dos cargos de administração e direção, apesar de serem 52% da força de trabalho no mundo, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2015 das Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira (14).

O estudo, apresentado em Adis Abeba (Etiópia), também ressaltou que 32% das empresas não têm nenhuma mulher entre seus cargos superiores de direção, e que elas ocupam só 22% das cadeiras dos parlamentos nacionais.

As mulheres sofrem desvantagem em ambos os universos do trabalho: no remunerado predominam os homens, no não remunerado - fundamentalmente o trabalho doméstico - a maioria é mulher, o que limita ainda mais suas possibilidades de escolha.

Segundo o relatório, as mulheres realizam três de cada quatro horas do trabalho doméstico e os homens têm duas de cada três horas de trabalho remunerado no mundo.

Como as mulheres normalmente assumem o cuidado com os membros da família, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) advertiu que é provável que essas desigualdades se intensifiquem à medida que a população envelheça.

O relatório, intitulado "Trabalho a Serviço do Desenvolvimento Humano", também destacou que 830 milhões de trabalhadores pobres no mundo vivem com menos de US$ 2 (cerca de R$ 7,8) por dia.

Mais de 200 milhões de pessoas, entre elas 74 milhões de jovens, estão desempregadas, e 21 milhões realizam trabalhos forçados.

A globalização e as mudanças tecnológicas estão gerando um mundo cada vez mais polarizado, em que muitos trabalhos rotineiros - como os administrativos - tendem a desaparecer ou ser substituídos por computadores, e no qual cada vez existe menos segurança.

Segundo a Organização Mundial do Trabalho, 61% das pessoas empregadas no mundo trabalham sem contrato, e só 27% da população mundial possui proteção social contra o desemprego.

O relatório assinalou ainda o "crescimento verde", da economia ligada à perseguição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, como a principal oportunidade de emprego e fonte de transformação de alguns trabalhos.

Como exemplo, assinalou que serão necessários mais cerca de 45 milhões de trabalhadores de saúde para cumprir os objetivos mundiais de desenvolvimento em matéria de saúde.