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Milhares de pessoas se despedem do "pai da independência argelina"

31/12/2015 20h54

Argel, 31 dez (EFE).- Milhares de pessoas, entre elas vários líderes políticos do norte da África, se despediram nesta quinta-feira em Argel, com honras e demonstrações de dor, de Hocine Ait Ahmed, considerado um dos pais da independência da Argélia.

Ait Ahmed, o único membro que restava vivo dos chamados "filhos de Tousaint", o grupo de nove homens que em 1º de novembro de 1954 desencadeou a guerra contra o colonialismo francês, morreu no último dia 23 de dezembro na Suíça, país ao que se exilou em 1966.

Na rua, cortada por policiais, e na sede da Frente de Forças Socialistas (FFS, o partido fundado por Ait Ahmed) se viam distintas personalidades da elite política argelina, como os ex-primeiros-ministros Mulud Hamruch e Ali Benflis, assim como o ex-chefe do governo Mokdad Sifi e o governador da cidade de Argel, Abdelkader Zuj.

À medida que avançava a cerimônia, a tristeza ia se apoderando das milhares de pessoas presentes, muitas das quais começaram a chorar quando os agentes da Defesa Civil depositaram o caixão do líder socialista no pátio de honra da sede do FFS.

Entre as mais emocionadas, sem poder conter sua dor, estava sua esposa, Yamila Ait Ahmed, que entrou com dificuldade no edifício, apoiada em sua bengala e acompanhada de seus três filhos, Yughurta, Salah Edin e Buchra.

O avião que transportava os restos mortais de Ait Ahmed aterrissou no aeroporto de Argel às 16h (horário local, 12h de Brasília) de hoje procedente da Suíça, país no qual morreu aos 89 anos de idade devido a um infarto após uma longa doença.

Ait Ahmed será enterrado amanhã, sexta-feira, em Ain al Hamam, sua cidade natal.

"Hocine será enterrado junto a sua mãe, porque esse era seu desejo", declarou à Agência Efe Busaad Ait Ahmed, primo de Hocine que já está nessa cidade.

"Ele a perdeu em 1983 sem poder vê-la porque estava exilado, acho que é uma forma de corrigir a história", acrescentou.