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Seul retoma campanha de propaganda na fronteira com Coreia do Norte

Em Seul

08/01/2016 02h50

A Coreia do Sul retomou nesta sexta-feira as transmissões de propaganda através de alto-falantes situados próximos da fronteira com a Coreia do Norte em represália pelo teste nuclear realizado pelo regime de Pyongyang há dois dias, informou a agência "Yonhap".

Espera-se que essa ação aumente a tensão na DMZ (sigla em inglês de "zona desmilitarizada", nome que recebe a demarcação que separa os dois países), já que Pyongyang costuma responder, inclusive com fogo de artilharia, a esse tipo de ação de Seul.

Além disso, a decisão sul-coreana acontece no dia do aniversário de Kim Jong-un, líder supremo do regime norte-coreano, um país conhecido pelo culto exacerbado a seus dirigentes, e no momento em que o exército norte-coreano se encontra em pleno treinamento de inverno, e está reforçando posições em vários pontos da fronteira.

"Se a Coreia do Norte atacar os alto-falantes, responderemos imediatamente", explicou à "Yonhap" um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano.

Seul ligou seus alto-falantes pela segunda vez em menos de um ano, depois da tensão vivida na região desmilitarizada em agosto do ano passado, quando os reativou pela primeira vez em 11 anos.

Na época, a medida foi tomada depois que várias minas antipessoais feriram gravemente dois soldados sul-coreanos perto da fronteira.

O Norte respondeu com disparos contra os alto-falantes e os exércitos dos dois países acabaram trocando fogo na fronteira.

O episódio ficou liquidado em 25 de agosto, após um acordo no qual Seul aceitou desligar os alto-falantes, utilizados para emitir mensagens críticas a Kim Jong-un, louvar as conquistas da nação sul-coreana e, inclusive, canções de música pop.

As mensagens emitidas pelos alto-falantes podem ser ouvidas em território norte-coreano em pontos situados a dez quilômetros da fronteira durante o dia, e a 25 durante a noite, segundo fontes do Ministério da Defesa sul-coreano.

A atual tensão na península coreana vem sendo alimentada pelo teste atômico realizado na quarta-feira pelo regime de Kim Jong-un, o quarto de sua história após os de 2006, 2009 e 2013.

A Coreia do Norte garante que detonou pela primeira vez uma bomba H, um artefato muito mais potente que os utilizados em seus três testes anteriores, mas vários especialistas duvidam que o regime comunista tenha conseguido dominar a tecnologia de fusão termonuclear.