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Atentado perto de centro contra a pólio deixa ao menos 15 mortos no Paquistão

Em Islamabad

13/01/2016 04h15

Pelo menos 15 pessoas morreram, a maioria delas policiais, e outras dez ficaram feridas nesta quarta-feira (13) durante a explosão de uma bomba perto de um centro contra a poliomielite na cidade de Quetta, no oeste do Paquistão, informou à Agência Efe uma fonte policial.

O atentado aconteceu por volta das 9h locais (2h de Brasília) no bairro Satelite Town, na capital da província de Baluchistão, afirmou um porta-voz da polícia local, Muhammad Kazim, que detalhou que 12 policiais, dois civis e um integrante de um grupo paramilitar paquistanês morreram.

Em entrevista à imprensa, o ministro do Interior do Baluchistão, Sarfraz Bugti, disse que o atentado "foi aparentemente um ataque suicida" e aconteceu no momento em que vários grupos de vacinação contra a poliomielite eram enviados para diferentes partes da cidade.

"Esses ataques são motivados pela frustração e por uma mentalidade covarde. Continuaremos até eliminarmos o último terrorista. Eliminaremos essa ideologia extremista", assinalou o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, em comunicado.

Hoje era o último dia de uma campanha de vacinação que tinha começado na segunda-feira em Quetta e em outros distritos do Baluchistão, com o objetivo de imunizar cerca de 2,4 milhões de crianças, entre elas 55 mil refugiados afegãos, segundo o jornal local "Dawn".

Os ataques armados de grupos fundamentalistas contra as equipes de vacinação e seus seguranças são comuns em todo o Paquistão e representam o principal obstáculo para a luta contra a pólio no país asiático, o único do mundo, junto com Nigéria e Afeganistão, onde a doença é endêmica.

Os talibãs não costumam reivindicar a autoria dessas ações, mas grupos ligados aos insurgentes e baseados no cinturão tribal fronteiriço com o Afeganistão começaram a cometer ataques armados contra os profissionais de saúde em 2012, que causaram cerca de uma centena de mortes.

Entre outros argumentos, os fundamentalistas alegam que a campanha contra a pólio faz parte de um complô ocidental para esterilizar os muçulmanos e que as equipes de vacinação trabalham como espiões para a CIA, a Agência Central de Inteligência dos EUA.