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Obama afirma que "insultar" os muçulmanos não torna o país "mais seguro"

13/01/2016 02h25

Washington, 12 jan (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira que "insultar" os muçulmanos não torna o país "mais seguro" e "trai" a essência do que significa ser americano, em uma clara referência ao pré-candidato presidencial republicano Donald Trump.

"Quando os políticos insultam os muçulmanos, uma mesquita é destruída e uma criança é intimidada, isso não nos torna mais seguros. É simplesmente incorreto. Isso nos diminui perante os olhos do mundo", enfatizou Obama em seu último discurso sobre o Estado da União em sessão conjunta das duas câmaras do Congresso.

Por isso, Obama pediu que os americanos "rejeitem" qualquer política que ataque as pessoas "por motivos de raça ou religião" e ressaltou que o mundo inteiro "respeita" os EUA por sua "diversidade" e "abertura".

Para Obama, a democracia "se rompe" quando os cidadãos "sentem que sua voz não conta, que o sistema está concebido em favor dos ricos e poderosos".

"Muitos americanos se sentem dessa maneira agora. É um dos poucos pesares da minha presidência, que o rancor e a desconfiança entre os partidos tenha piorado ao invés de melhorado", reconheceu o presidente.

Obama prometeu que vai continuar tentando "ser melhor" até o fim de seu mandato, mas disse também que a tarefa não é só sua.

"Se queremos uma política melhor, não é suficiente mudar um congressista, um senador e, inclusive, o presidente. Temos que mudar o sistema para que reflita o melhor de nós mesmos", comentou Obama.

Trump, favorito nas pesquisas para obter a indicação presidencial republicana, propôs vetar temporariamente a entrada de muçulmanos nos EUA como resposta à ameaça do terrorismo jihadista, o que provocou uma avalanche de críticas, inclusive dentro de seu próprio partido.