EUA pagarão US$ 1,7 bilhão ao Irã relativo a juros e dívida
Os Estados Unidos pagarão ao Irã US$ 400 milhões por uma dívida e mais US$ 1,3 bilhão em conceito de juros por um processo aberto por esse país após sua Revolução Islâmica (1979), anunciou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry.
Esse pagamento, que soluciona um caso que Teerã levou em 1981 ao Tribunal de Reivindicações Irã-EUA de Haia (Holanda), não faz parte dos bilhões de dólares dos quais o regime iraniano poderá dispor no mundo todo após a suspensão de sanções pela entrada em vigor do acordo nuclear internacional.
Kerry fez o anúncio em comunicado um dia depois de a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmar que o Irã cumpriu as exigências para aplicar o acordo pactuado em julho do ano passado em Viena para frear o programa nuclear iraniano e, dessa maneira, suspender as sanções internacionais contra esse país.
"Os Estados Unidos e o Irã hoje resolveram uma reivindicação pendente há muito tempo no Tribunal de Reivindicações Irã-EUA", afirmou o chefe da diplomacia americana na nota oficial.
A reivindicação se refere ao Fundo de Confiança de US$ 400 milhões utilizado pelo Irã para "comprar equipamentos militares dos Estados Unidos antes da ruptura de relações diplomáticas" em 1979, detalhou o titular das Relações Exteriores americano.
"O Irã receberá o saldo de US$ 400 milhões no Fundo de Confiança, assim como US$ 1,3 bilhão estipulados sobre os juros", acrescentou.
Segundo Kerry, "este é o último de uma série de acordos importantes alcançados durante os últimos 35 anos no Tribunal de Haia".
Todas as reivindicações apresentadas por 4.700 empresas americanas contra o governo do Irã em Haia, indicou, "se resolveram durante os primeiros 20 anos do Tribunal, o que resultou no pagamento de US$ 2,5 bilhões em indenizações a cidadãos e companhias americanas".
"Ainda há reivindicações pendentes no Tribunal, a maioria do Irã contra os EUA. Continuaremos com os esforços para abordar essas reivindicações adequadamente", destacou Kerry.
EUA e Irã romperam relações diplomáticas em 1979 depois que os revolucionários que depuseram o xá Mohammad Reza Pahlevi, apoiado por Washington, invadiram a embaixada americana em Teerã e fizeram vários reféns.
No entanto, as negociações para deter o polêmico programa atômico do Irã aproximaram os dois países que, apesar de suas diferenças, foram capazes de sentar-se para dialogar na mesma mesa.
O presidente dos EUA, Barack Obama, defendeu hoje o recém-aplicado acordo internacional com o Irã para a suspensão de seu programa nuclear e afirmou que, com ele, "a região e o mundo estarão mais seguros".
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