Israel acusa Irã de continuar em busca de arma nuclear após retirada de sanções
Jerusalém, 17 jan (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que o Irã continua buscando desenvolver armas nucleares e espalhar o terrorismo, após iniciar-se neste domingo a retirada de sanções da República Islâmica, depois de ficar comprovado que cumpriu sua parte do acordo nuclear.
"Inclusive após assinar o acordo nuclear, o Irã não abandonou sua aspiração de obter armas nucleares e continuará minando a estabilidade no Oriente médio e divulgando o terrorismo no mundo, ao mesmo tempo em que viola suas obrigações internacionais", afirmou o chefe do governo israelense, em comunicado divulgado esta manhã.
Netanyahu assinalou que seu país "continuará monitorando a implementação do acordo e avisará de qualquer violação" que detectar.
"As principais potências e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) devem vigiar de perto a atividade nas instalações nucleares iranianas e em outros lugares para verificar que não continuam desenvolvendo armas nucleares em segredo", pediu, e avisou que "se não houver respostas apropriadas a cada violação, o Irã achará que pode continuar desenvolvendo armas, minando a estabilidade regional e estendendo o terrorismo".
O primeiro-ministro também assinalou que Israel fará "tudo o que for necessário" para salvaguardar sua segurança e se defender.
As declarações de Netanyahu foram feitas apenas horas depois de o presidente de EUA, Barack Obama, assinar a ordem executiva que suspendeu as sanções atômicas, sua parte na aplicação do pacto nuclear assinado em julho em Viena pelo Grupo 5+1 (Estados Unidos, França, China, Reino Unido, Rússia, mais a Alemanha) e o Irã.
A AIEA confirmou ontem que o Irã cumpriu as exigências do acordo, que previa a limitação de vários aspectos do programa atômico iraniano durante períodos de entre 10 e 25 anos em troca do fim das punições ao país.
Além das sanções americanas, também serão retiradas gradualmente as impostas pelas Nações Unidas e pela União Europeia, mas unicamente as relacionadas ao programa nuclear e não as impostas por outras questões, como motivos armamentícios ou de direitos humanos.
O levantamento das sanções permitirá ao Irã dispor de US$ 100 bilhões em ativos que estavam bloqueados no mundo todo, o que Israel considera perigoso e desestabilizador para a região.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, declarou hoje que "todo o mundo está contente" com a aplicação do acordo, "exceto os sionistas, os que buscam dividir o mundo islâmico e um pequeno grupo de extremistas nos Estados Unidos".
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