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Irã prevê impulsionar programa de mísseis apesar de novas sanções dos EUA

Em Teerã (Irã)

18/01/2016 08h22

O Irã impulsionará seu programa de mísseis balísticos apesar das novas sanções impostas pelos Estados Unidos por este motivo, informaram nesta segunda-feira (18) porta-vozes do governo de Teerã.

"Responderemos a estas medidas de propaganda e ações dirigidas para causar dano perseguindo com ainda mais força nosso legítimo programa de mísseis e promovendo nossas capacidades de defesa e segurança nacional", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hosein Jaberi, em entrevista coletiva.

Washington anunciou ontem novas sanções contra 11 pessoas e empresas do Irã, em relação com seu programa de mísseis balísticos, apenas um dia após o presidente dos EUA, Barack Obama, assinar a ordem de levantamento das sanções atômicas contra o Irã, em coincidência com a entrada em vigor do acordo sobre o programa nuclear iraniano.

As novas sanções são uma resposta aos testes feitos pelas autoridades do Irã com mísseis balísticos de precisão em outubro, em violação a proibições da ONU.

O Irã sempre defendeu o direito a investigar e desenvolver sistemas militares sem ingerência de nenhum país e nos últimos anos alcançou importantes avanços em tecnologia bélica, particularmente na área dos mísseis balísticos.

Segundo insiste Teerã, sua doutrina militar é estritamente defensiva e o desenvolvimento destas armas só procura se transformar em um elemento dissuasório para os inimigos do país.

O caso do programa balístico do Irã não está relacionado com o do programa militar, quanto às sanções internacionais, e desde um primeiro momento os EUA disseram que manteriam os impedimentos impostos sobre Teerã, apesar do acordo em temas nucleares.

As sanções congelam as posses que as 11 empresas ou pessoas possam ter em território norte-americano e impedem que utilizem o sistema financeiro dos EUA em suas transações.

O levantamento das sanções após o acordo internacional com o Irã para pôr fim a seu programa atômico ocorreu uma vez que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que as autoridades de Teerã cumpriram seus compromissos neste campo.

O acordo foi alcançado em julho de 2015 entre Irã e o chamado Grupo 5+1 (Estados Unidos, França, China, Reino Unido, Rússia e Alemanha) e permite às autoridades persas dispor de cerca US$ 100 bilhões em ativos que se encontravam bloqueados no mundo todo.