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Presidente do parlamento venezuelano reitera que Maduro deve sair do poder

23/01/2016 18h29

O presidente do parlamento venezuelano, o opositor Henry Ramos Allup, reiterou neste sábado (23) que os problemas de seu país, com uma aguda crise econômica de escassez, se agravarão se Nicolás Maduro seguir na chefia do Estado.

"Este governo não vai resolver nada; enquanto estiver ali, todos os problemas da Venezuela vão piorar totalmente. Até que não nos livrarmos democraticamente deste governo, a Venezuela não vai se recuperar e nem poderá resolver nenhum de seus problemas", ressaltou em discurso perante manifestantes antigovernamentais em Caracas.

Allup, secretário-geral do histórico partido Ação Democrática (AD, social-democrata), dirige a unicameral Assembleia Nacional desde o início de mês, depois que a oposição a Maduro ganhou com folga as eleições parlamentares de dezembro e garantiu 112 das 167 cadeiras da câmara.

"Por favor, ajudem-nos porque sozinhos não podemos, não avançamos sem os senhores", acrescentou Allup em um fogoso discurso aos manifestantes congregados em uma praça do leste de Caracas, em uma atividade de comemoração de uma revolta popular que em 23 de janeiro de 1958 pôs fim à última ditadura militar do país.

Os dirigentes dos partidos aglutinadas na MUD acordaram em meados de 2015 definir até meados de 2016 um caminho "constitucional, democrático, pacífico e eleitoral" que antecipasse o fim do governo de Maduro, eleito em 2013 para um período de seis anos.

Nesse empenho, acrescentou Allup, "vamos ter muitos empecilhos" e "às vezes nos verão dar um passo para atrás ou um passo lateral, mas entendam que o recuo permitido aos estrategistas é para poder ganhar a batalha definitiva".

"Temos que resistir, é uma luta que temos que empreender em todas as frentes contra um governo agônico que está em etapa terminal" após 17 anos, ressaltou ao somar a gestão do falecido Hugo Chávez (1999-2013), antecessor e mentor de Maduro.

Foram 17 anos de um período "ignominioso e degradante da história da Venezuela", ressaltou Allup.