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Kerry acusa Rússia de dificultar negociações de paz na Síria

As atividades da Rússia em Aleppo dificultam "uma conversa séria", disse Kerry - Steve Helber/AP
As atividades da Rússia em Aleppo dificultam "uma conversa séria", disse Kerry Imagem: Steve Helber/AP

Em Washington

09/02/2016 23h03

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, acusou a Rússia nesta terça-feira (9) de tornar ainda mais complicado o início de uma verdadeira negociação de paz na Síria.

"As atividades da Rússia em Aleppo, atualmente, estão fazendo com que seja muito mais difícil que sentem em uma mesa e tenham uma conversa séria", disse Kerry a jornalistas em Washington, após reunião com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry.

Nos últimos dias, a região de Aleppo foi palco de uma grande ofensiva do regime sírio, que contou com apoio aéreo da Rússia, o que resultou na fuga em massa de pessoas em direção à fronteira da Síria com a Turquia.

"Pedimos à Rússia, e voltamos a pedir à Rússia, que se una ao esforço para conseguir um cessar-fogo imediato e um acesso humanitário completo", afirmou o secretário de Estado.

"Não somos cegos, somos muito conscientes do crucial que é este momento. A Rússia tem que contribuir de uma forma significativa, permitindo que a oposição e outros grupos sentem à mesa e criem uma atmosfera na qual possa haver uma negociação", completou.

Kerry chegará nesta quarta-feira a Munique, na Alemanha, para participar da reunião do Grupo Internacional de Apoio à Síria e da Conferência de Segurança de Munique (MSC), encontro que também terá a participação de Sergey Lavrov, Ministro das Relações Exteriores da Rússia.

"Chegaremos a este encontro em Munique com grandes esperanças. É um encontro que dirá muito sobre o caminho que fica por percorrer", disse o chefe da diplomacia americana.

A reunião em Munique será chave para que sejam definidas posturas após a suspensão das conversas de paz para a Síria, em Genebra, que foram abandonadas pela oposição síria diante do avanço do Exército do país asiático e dos bombardeios da força aérea russa.