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Pré-candidatos presidenciais republicanos criticam visita de Obama a Cuba

18/02/2016 15h36

Washington, 18 fev (EFE).- Vários pré-candidatos republicanos à presidência dos Estados Unidos criticaram o anúncio feito nesta quinta-feira pelo presidente Barack Obama sobre sua histórica visita a Cuba no próximo mês de março.

Obama, que estará na ilha nos dias 21 e 22 de março, se transformará no primeiro presidente dos EUA em atividade a visitar Cuba desde 1928, quando Calvin Coolidge participou da 6ª Conferência Internacional Anual dos Estados Americanos em Havana .

No entanto, a decisão do líder democrata recebeu críticas de candidatos do Partido Republicano que pretendem sucedê-lo na Casa Branca nas eleições presidenciais do próximo dia 8 de novembro.

Em mensagem divulgada em sua conta oficial no Twitter, o ex-governador da Flórida Jeb Bush rotulou de "desastroso" que o presidente americano "legitime o regime de Castro com uma visita antes que haja liberdade para o povo cubano".

Já o senador pela Flórida Marco Rubio, de origem cubana, lamentou a viagem de Obama a um país que, em sua opinião, segue governado por um regime opressivo.

"O problema com o governo cubano é que não é só um regime comunista. É uma ditadura comunista antiamericana", comentou Rubio ainda ontem à noite, quando se especulava sobre a viagem de Obama a Cuba, em um fórum organizado pela emissora "CNN".

"Quero que mude a relação (entre ambos países), mas isso tem que ser recíproco", ressaltou o senador.

Perguntado se viajaria para Cuba caso fosse eleito presidente, Rubio foi taxativo: "Não, se não é uma Cuba livre", respondeu.

Quem também se pronunciou no mesmo fórum foi o senador pelo Texas Ted Cruz, também de origem cubana, que se declarou "triste" mas não "surpreendido" pela iniciativa de Obama.

Cruz declarou que o presidente americano "atuará como um apologista" do regime castrista com sua visita à ilha.

Nas últimas pesquisas sobre a corrida presidencial republicana, Cruz e Rubio aparecem em segundo e terceiro lugar, respectivamente, atrás do magnata Donald Trump, enquanto Bush aparece mais atrás e com poucas chances de conseguir a indicação.

Em dezembro do ano passado, Obama já havia antecipado em uma entrevista ao portal Yahoo! que esperava poder visitar Cuba em 2016, em seu último ano de mandato, mas esclareceu que só faria essa viagem houvesse condições para se reunir com dissidentes na ilha.

Um dos obstáculos que impedem a normalização bilateral plena é o embargo econômico que pesa sobre Cuba e cuja suspensão completa depende do Congresso dos EUA, controlado pela oposição republicana, apesar de Obama ter tomado medidas executivas para flexibilizar as viagens e algumas transações comerciais.