Cameron diz que deixar a UE daria uma falsa "ilusão de soberania"
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou neste domingo (21) que sair da União Europeia (UE) daria ao Reino Unido uma falsa "ilusão de soberania", e na prática lhe diminuiria poder e peso no mundo.
"Não teríamos a capacidade de ajudar as nossas empresas e assegurar-nos que não são discriminadas frente ao euro. Também não poderíamos pressionar os países europeus para que compartilhem informação de fronteiras e saibamos o que os terroristas e criminosos estão fazendo na Europa", disse Cameron em entrevista à rede de TV "BBC".
Após convocar ontem um referendo sobre a saída ou permanência no grupo - marcado para 23 de junho -, o primeiro-ministro do Reino Unido defendeu que o acordo conseguido na sexta-feira em Bruxelas permite a Londres ficar "com o melhor dos dois mundos".
"Estaremos no mercado único, teremos cooperação política para manter a nosso povo seguro, mas estaremos fora dos projetos que não gostamos, fora do euro, fora do acordo para que não haja fronteiras", explicou.
Questionado pela possibilidade de o Reino Unido abandonar a UE e iniciar depois um acordo comercial com a Europa, o ele sustentou que esse cenário levaria a "sete anos de incerteza, potencialmente".
"Seria irônico sair da União, negociar nosso retorno ao mercado comum e deixarmos de ter a capacidade de implementar as restrições nas ajudas sociais (aos cidadãos) que eu negociei. Se ficamos em uma Europa reformada, sabemos o que nos vamos encontrar. Sabemos como fazer negócios nela, como criar emprego e como continuar com nossa recuperação econômica", afirmou.
Cameron sustentou que a continuidade do Reino Unido na UE tem também vantagens para o bloco.
"A União perderia um de seus maiores jogadores, o país que mais argumenta a favor do livre comércio", defendeu.
Perguntado sobre se quereria ser recordado como o primeiro-ministro que abocou ao Reino Unido a saída da União Europeia, ele afirmou que há três anos colocou sobre a mesa "intenções muito claras".
"Disse que haveria uma negociação e depois um referendo. Estamos cumprindo esses compromissos. O acordo está assinado e agora vou cumprir a promessa de uma consulta. Os cidadãos deste país tomarão uma decisão soberana. Dirão a seu primeiro-ministro o que deve fazer. Eu seguirei essas instruções, sejam elas quais forem, porque esse é meu trabalho", afirmou.
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