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Evo Morales espera participação em massa em referendo sobre sua reeleição

Presidente da Bolívia, Evo Morales, vota no referendo constitucional para mudar a lei do país - Danilo Balderrama/Reuters
Presidente da Bolívia, Evo Morales, vota no referendo constitucional para mudar a lei do país Imagem: Danilo Balderrama/Reuters

21/02/2016 11h14

La Paz, 21 fev (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, expressou neste domingo seu desejo de que os cidadãos participem maciçamente do referendo para aprovar ou rejeitar uma reforma constitucional que lhe permitirá voltar a ser candidato nas eleições de 2019 em busca de um quarto mandato.

"Hoje, meu desejo é de que dos 6,5 milhões de bolivianos que participam da modificação da Constituição ou em rejeição a ela haja uma maior porcentagem de participantes", afirmou ele, logo depois de votar no colégio Villa 14 de Septiembre, no município de mesmo nome situado no Chapare, seu reduto sindical e político em Cochabamba.

O governante lembrou que nas eleições gerais de 2009 foi registrada uma participação histórica de 95% e que gostaria que no referendo a porcentagem chegasse a 96% ou 97%.

Na Bolívia, o voto é obrigatório por lei a partir dos 18 anos. Quem não cumpre com esse dever fica exposto a duras sanções, como a impossibilidade de fazer transações financeiras durante três meses, já que os bancos exigem nesse período a apresentação do comprovante de votação para qualquer trâmite.

Evo Morales votou às 8h41 (horário local, 10h41 em Brasília). A previsão é de que à tarde ele vá a La Paz para esperar os resultados da consulta na sede de governo.

Os bolivianos decidiram hoje se querem ou não a reforma do artigo 168 da Constituição para aumentar de dois para três o total de mandatos presidenciais ininterruptos permitidos. Se a reforma for aprovada, qualquer governante poderia optar por duas reeleições consecutivas e, se vencer no pleito, poderia permanecer no cargo por 15 anos seguidos.

No caso dele e do vice Álvaro García Linera, a aprovação da reforma significará que poderão se candidatar nas eleições de 2019 na busca por um quarto mandato consecutivo até 2025, ano em que Bolívia completará 200 anos de sua independência.

Embora a Constituição só permita dois mandatos consecutivos, Morales e Linera conseguiram se apresentar ao pleito de 2014 graças a uma decisão do Tribunal Constitucional que aprovou que seu primeiro mandato (2006-2010) não contava porque o país foi refundado em 2009.

Ao todo, 6.502.103 bolivianos estão habilitados para votar hoje, sendo que 258.990 vivem no exterior.