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Apartamento onde promotor argentino foi achado morto é anunciado para aluguel

Juan Mabromata/AFP
Imagem: Juan Mabromata/AFP

Em Buenos Aires

26/02/2016 22h09

O apartamento em Buenos Aires no qual foi encontrado morto, em janeiro de 2015, o promotor argentino Alberto Nisman poucos dias após denunciar a então presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por suposto encobrimento de terroristas, foi anunciado para aluguel por 43 mil pesos (R$ 11 mil).

Darío Rizzo, gerente geral da Alternativa Propiedades, uma das duas imobiliárias encarregadas de encontrar um inquilino para o apartamento, disse nesta sexta-feira (26) à Agência Efe que o imóvel foi devolvido em outubro pela Justiça a seu proprietário --que o tinha alugado a Nisman-- assim que terminaram todas as perícias em torno do caso.

O apartamento foi anunciado um dia depois de, pela primeira vez, um representante da justiça --neste caso um promotor federal-- manifestar que acredita na hipótese de que a morte de Nisman, que foi encontrado no chão do banheiro com um tiro na cabeça, foi um homicídio.

"O promotor o alugava [o apartamento] sem móveis, e estes são totalmente novos. Tudo o que se vê é novo, somente o apoio da cama, que está preso na parede, é o mesmo, assim como a mobília da cozinha", afirmou Rizzo.

O apartamento conta com 130 m², tem dois quartos, um salão e uma bela vista da cidade e de parte do rio da Prata, acrescentou o corretor.

"O proprietário não tem culpa do que aconteceu. É uma propriedade que saiu muito cara e não pode ficar vazia. Não pode ficar como um museu", ressaltou.

Rizzo disse que houve interessados que visitaram o apartamento, localizado em um luxuoso complexo do bairro de Puerto Madero.

"Nós nunca escondemos informações. Todos sabem a história do apartamento", disse.

Nisman, promotor especial que investigava o atentado cometido em 1994 contra a associação judaica Amia, em Buenos Aires, foi achado morto quatro dias após denunciar Cristina Kirchner por suposto encobrimento dos iranianos apontados como responsáveis do ataque.

Além disso, poucas horas após sua morte estava previsto seu comparecimento ao Congresso para explicar mais detalhes de sua denúncia contra a agora ex-presidente, o ex-chanceler argentino Héctor Timerman e outros colaboradores kirchneristas.