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Com risco de morte, preso palestino interrompe greve de fome após 94 dias

Foto de arquivo mostra o palestino Mohammed al-Qeiq ainda internado em centro médico em Afula - Ariel Schalit/AP
Foto de arquivo mostra o palestino Mohammed al-Qeiq ainda internado em centro médico em Afula Imagem: Ariel Schalit/AP

Em Jerusalém

26/02/2016 08h17

O preso palestino Mohammed Al Qeiq deu fim nesta sexta-feira (26) a sua greve de fome após 94 dias e uma deterioração de sua saúde que o deixou à beira da morte, após fechar um acordo com as autoridades israelenses para encurtar sua detenção, informaram fontes oficiais palestinas à Agência Efe.

"Al Qeiq pôs fim à sua greve e chegou a um acordo com Israel pelo qual sairá em liberdade no dia 21 de maio", explicou à Efe o ministro palestino de Assuntos de Prisioneiros, Issa Qaraqe.

O detido, jornalista de 33 anos, iniciou a greve de fome para exigir sua liberdade em novembro, dias após sua "detenção administrativa", figura jurídica de Israel que não exige acusação e pode ser prolongada por períodos de seis meses renováveis indefinidamente.

Durante a greve de fome só consumiu água, em alguns momentos com sais minerais.

Seu protesto é um dos mais longos registrados na história palestina, um mecanismo frequentemente utilizado pelos presos para exigir sua libertação.

Nas últimas semanas, Al Qeiq tinha perdido a capacidade de falar e escutar, e após perder mais de 13 quilos, os médicos advertiram que a qualquer momento poderia sofrer um ataque cardíaco.

Sua detenção foi suspensa no início deste mês pelo Tribunal Superior de Justiça de Israel que, no entanto, ordenou que não saísse do hospital em que estava internado na cidade de Afula.

Ele decidiu então não abandonar seu protesto por entender que a suspensão de sua detenção era só temporária e que não significava realmente sua liberdade, e exigiu ser transferido a um hospital palestino na Cisjordânia, o que não foi autorizado.

Com o acordo alcançado ontem à noite, as autoridades israelenses aceitaram cancelar definitivamente sua detenção em 21 de maio, em vez de um mês mais tarde como estava previsto, e se comprometeram a não renovar a ordem de detenção.