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Filho de Morales será apresentado à imprensa em breve, diz parente da mãe

A empresária Gabriela Zapata, que supostamente tem um filho com Evo Morales, foi presa acusada de enriquecimento ilícito - Juan Karita/ AP
A empresária Gabriela Zapata, que supostamente tem um filho com Evo Morales, foi presa acusada de enriquecimento ilícito Imagem: Juan Karita/ AP

Em La Paz

01/03/2016 17h00

O filho do presidente da Bolívia, Evo Morales, e da empresária Gabriela Zapata será apresentado em breve à imprensa internacional, afirmou nesta terça-feira (1º) uma das tias da mãe da criança.

Pilar Guzmán, que foi a primeira a dizer há poucos dias que o menino está vivo e não morto, como afirmava Morales, declarou a várias emissoras bolivianas que sua sobrinha está "escolhendo o momento oportuno" para apresentar a criança, que tem entre oito e nove anos de idade.

"Ela vai apresentá-lo, mas na imprensa internacional. Ele sabe de tudo o que está ocorrendo", disse Pilar.

As declarações foram dadas em frente à prisão de La Paz, onde Gabriela está presa desde domingo, acusada de enriquecimento ilícito. Outra familiar, que não foi identificada, afirmou que a mãe da criança não tem que ser pressionada para apresentar o filho do presidente boliviano.

"A única coisa que queremos é deixar claro que o apoio de parte da família a Gabriela é incondicional. Vamos até o final. Ela é uma pessoa muito nobre", disse a jovem que acompanhava Pilar.

A posição da família foi conhecida pouco depois de o governo ter divulgado, por meio do ministro da Defesa, Reymi Ferreira, que Morales entrou com um requerimento na Justiça para que a criança seja apresentada em um prazo máximo de cinco dias.

"Nos últimos dias, foi divulgada a versão de que o filho do presidente Evo Morales estaria vivo. Se essa versão, à qual não damos valor nem credibilidade, estiver certa, isso representa uma grande violação ao Código da Criança e do Adolescente", completou.

Segundo o ministro, se o menino está vivo e foi impedido de ter contato com seu pai, ele foi vítima de "violência psicológica", algo que viola as normas de proteção de menores.

Morales pediu ontem, em declarações à imprensa local, que os familiares de Gabriela apresentem a criança. E reiterou que foi informado em 2007 pela ex-namorada que o menino estava doente e morreu pouco depois de nascer. A oposição e grande parte da sociedade boliviana veem a história com ceticismo.

A relação entre Morales e Gabriela foi divulgada nas últimas semanas, durante a campanha para o referendo sobre a reeleição do presidente, que reconheceu o namoro, apesar de garantir que não via a ex-companheira desde 2007 e que o bebê tinha morrido.

A Promotoria investiga denúncias de que Gabriela, com apoio de uma funcionária que é sua melhor amiga e que também foi presa, usou escritórios da Unidade de Apoio à Gestão Social do Ministério da Presidência, antiga entidade de apoio à primeira-dama, cargo vago atualmente porque Morales é solteiro.

Até a última semana, a ex-namorada do presidente era executiva da filial da empresa chinesa Camce na Bolívia. A companha assinou nos últimos anos pelo menos sete contratos com o governo sem licitações, avaliados em US$ 566 milhões.