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Irã testa mísseis balísticos de longo alcance, mesmo após advertência dos EUA

Em Teerã

09/03/2016 05h26

O Irã testou nesta quarta-feira (9) dois novos mísseis balísticos de longo alcance dentro das manobras em grande escala que foram lançadas ontem para experimentar este tipo de armamento, mesmo após as advertências dos Estados Unidos.

Segundo a agência iraniana "Tasnim", as forças aeroespaciais dos Guardas da Revolução testaram os mísseis Qadr-H e Qadr-F, que foram lançados de uma plataforma situada nas montanhas de Elbruz, no norte do país, e alcançaram com sucesso seus alvos no litoral sudeste, após percorrerem mais de 1.400 quilômetros.

Esses testes foram realizados mesmo depois que os EUA advertiram que se fosse comprovado que o Irã estava fazendo novos experimentos com mísseis balísticos, levaria o caso ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Washington alega que, com essas ações, o Irã viola as proibições internacionais de realizar testes com armas que possam transportar ogivas nucleares, enquanto Teerã insiste em que se trata de armas estritamente convencionais, cuja finalidade é dissuasória.

O comandante-em-chefe da Guarda Revolucionária iraniana, Mohamad Ali Jafari, considerou após o início dessas manobras, denominadas "O Poder do Velayat", que é algo "natural" que "o rugido dos mísseis" iranianos "intimide" seus "inimigos".

Além disso, Jafari advertiu que o desenvolvimento deste armamento constitui "uma linha vermelha", que ninguém no país permitirá que seja "ultrapassada".

O comandante-em-chefe da Guarda Revolucionária afirmou que esses testes, que se desenvolveram em todo o país desde a terça-feira, constituem "uma resposta forte e silenciosa às tentativas inúteis do inimigo de impor sanções ao Irã" por este motivo.

"A segurança do Irã é a de nossos vizinhos na região. Os inimigos da Revolução deveriam se sentir intimidados por nossos mísseis", disse o militar.

Jafari mencionou particularmente o "regime sionista", em referência a Israel, a quem considera a maior ameaça para seu país e que deve estar "naturalmente preocupado" porque o alcance de seus mísseis "vai além das cidades dos Territórios Ocupados".

Apesar da troca de advertências, os EUA afirmaram que este caso não constitui uma violação do acordo nuclear alcançado no ano passado entre o Irã e o Grupo 5+1 (EUA, França, Rússia, Reino Unido, China, mais Alemanha).