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Marrocos critica Ban e anuncia ações contra missão da ONU no Saara Ocidental

15/03/2016 22h48

Rabat, 15 mar (EFE).- O governo do Marrocos denunciou nesta terça-feira um novo "ultraje" por parte do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e anunciou que irá reduzir unilateralmente a missão que a organização mantém no Saara Ocidental.

Em comunicado divulgado por seu Ministério das Relações Exteriores, o Marrocos afirmou que irá retirar a "contribuição voluntária" que fornece à missão e afirmou que irá analisar a saída dos soldados marroquinos que participam de outras ações de paz no mundo.

Esta é a crise mais grave entre Marrocos e a ONU, que mantém no Saara Ocidental uma das missões de paz mais antigas do mundo (desde 1991), composta de 210 agentes e mais de 250 funcionários civis.

Segundo o comunicado, o chanceler marroquino, Salah ad-Din Mezuar, viajou ontem a Nova York por ordem do rei Muhammad VI (atualmente na Rússia) para apresentar pessoalmente o protesto pelas declarações de Ban, que usou o termo "ocupação" para se referir à atuação do Marrocos no Saara Ocidental.

Ban tinha expressado sua "indignação" pela manifestação convocada para protestar contra suas declarações ontem, em Rabat, da qual participaram pelo menos sete ministros do governo, de acordo com nota divulgada pela Secretaria-Geral da ONU.

"O comunicado publicado pela Secretaria-Geral acrescenta à ofensa inicial um novo ultraje ao povo marroquino, que não fez mais do que expressar espontaneamente sua rejeição diante de tantos escorregões e irresponsabilidades de Ban", afirmou a Chancelaria marroquina.

Na tarde de hoje, outra manifestação convocada pelas autoridades marroquinas ocorreu em El Aiun, capital do Saara Ocidental. Ban foi mais uma vez alvo de todas as críticas. Cartazes e mensagens exigiam a saída da missão da ONU da região.