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Caixas-pretas de avião da Flydubai estão danificadas, mas podem ser ouvidas

Em Moscou

20/03/2016 13h19

As caixas-pretas do Boeing 737-800 da Flydubai que caiu no sábado (19) no sul da Rússia com 62 pessoas a bordo poderão ser ouvidas apesar dos grandes danos que sofreram no acidente, afirmou neste domingo (20) o vice-presidente do Comitê Interestadual de Avião, Sergei Zaiko.

"A leitura das caixas-pretas começará hoje mesmo", acrescentou.

As autoridades russas que investigam as circunstâncias da tragédia interrogaram mais de 40 pessoas, desde trabalhadores do aeroporto até pessoas da companhia aérea.

Um porta-voz da Flydubai apontou aos meios de comunicação russos que os investigadores, pelo menos por enquanto, não encontraram nada que incrimine a companhia aérea.

Enquanto isso, os serviços de resgate concluíram os trabalhos de busca dos restos mortais dos mortos após recolher do local do acidente mais de 200 fragmentos de corpos humanos.

A força com a qual se precipitou contra o solo o Boeing da companhia procedente dos Emirados Árabes e a explosão que seguiu ao choque desfez em pedaços o avião e espalhou suas partes em um raio de um quilômetros em torno do epicentro do acidente.

A identificação das vítimas levará pelo menos duas semanas, informou hoje o ministro russo de Transportes, Maxim Sokolov.

O avião caiu bruscamente sobre o aeroporto da cidade de Rostov do Don após ficar por duas horas e meia dando voltas sobre essa cidade no sul da Rússia à espera de que as péssimas condições meteorológicas permitissem a aterrissagem.

A maioria dos especialistas russos consultados por veículos de imprensa do país disse que o mau tempo -denso nevoeiro, chuva incessante e rajadas de vento lateral de até 16 metros por segundo- aconselhava desviar o voo para outra cidade.

Isto foi o que fez um avião da companhia russa Aeroflot após três tentativas fracassadas de aterrissar em Rostov do Don, empreendidas todas elas enquanto o voo FZ981 da Flydubai já sobrevoava a cidade após fracassar em sua primeira tentativa de aterrissagem.

O presidente-executivo da Flydubai, Gaiz al Gaiz, assegurou que tanto o piloto, de nacionalidade cipriota, como o copiloto reuniam uma vasta experiência com mais de 5.700 horas de voo cada um.

A maioria dos passageiros mortos (44) era russa, praticamente todos residentes da região de Rostov do Don que tinham viajado aos Emirados Árabes como turistas.